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A indústria da moda praia ajudou a tornar o Brasil famoso mundialmente. Um nome contribuiu para que a moda-praia chegasse ao patamar da elegância – do qual nunca mais saiu. Se pensou em Lenny Niemeyer, acertou em cheio. A marca que leva seu prenome completou 30 anos no fim de 2021. Chegar a tal feito vem do fato de ela, citando Pablo Picasso, ter deixado a inspiração flagrá-la trabalhando. Lenny nunca pensou em desistir, como revela à New Mag na entrevista a seguir.
Completar 30 anos num mesmo segmento é um feito e tanto num país como o nosso. Qual foi o maior desafio enfrentado na sua trajetória?
Lenny: Acho que o maior desafio, nesses 30 anos, foi acompanhar tantas mudanças, não só de comportamento, como na área de tecnologia, sem mudar o DNA da marca.
A moda praia feminina sempre ousou. O duas-peças deu lugar ao asa delta e depois ao fio dental… Qual a peça que mais representa a Lenny?
Nunca segui tendências. Acho que o que mais representa a marca são a modelagem e a estamparia, poder fazer a mulher se sentir confortável e linda, independentemente da idade.
Como vê o fato de mulheres se encorajarem a usar biquíni aos 70 anos?
Não é um caminho “encorajar” as mulheres de qualquer idade a usarem um biquíni. Penso que seja mais uma questão de cada uma se sentir confortável, segura e com atitude. Isso é elegância.
Você adora abrir sua casa aos amigos. Como lidou com isso durante a pandemia?
Minha casa sempre foi aberta aos amigos. Adoro receber. Com certeza, tive que mudar o hábito de abrir as portas a toda hora e todo o dia. Mas isso não partiu só de mim, acho que foi um movimento coletivo da sociedade. Foi difícil para todos se distanciarem dos amigos, mas, tudo tem um lado positivo, que foi “olhar” mais para o outro, fortalecer os laços de família, mudar a rotina de trabalho e conviver mais com os filhos!
O Brasil é um pais onde a economia é uma montanha-russa, com altos e baixos… Em algum momento pensou em desistir de tudo?
Nunca pensei em desistir. Sempre fui movida a desafios. Nesses 30 anos, passei por vários planos de governos, por mudanças, altos e baixos na economia, mas nunca deixei de me reinventar.
Qual conselho daria hoje àquela Lenny de 30 anos atrás?
O conselho seria: nunca desista dos seus sonhos e objetivos, seja qual for a dificuldade. Tudo é aprendizado, experiência. Nunca mude. O que você cria é seu. Não deixe que o mercado direcione seu trabalho. Como dizia Picasso, “trabalhe sem parar e deixe a inspiração te flagrar trabalhando”.
