A morte da Rainha Elizabeth II em setembro de 2022 causou comoção mundial. Não era para menos, ela teve o reinado mais longo da história da monarquia do Reino Unido. Imediatamente após a morte da mãe, Charles, então Príncipe de Gales, assume o trono. Oito meses depois, a coroação do Rei Charles III e de sua esposa, a Rainha Camilla, aconteceu neste sábado (06) na Abadia de Westminster, em Londres, na Inglaterra. Líderes de todo o mundo estiveram presentes, inclusive o presidente Lula e a primeira-dama Janja da Silva.
O NewMag conversou com o Príncipe Dom João de Orleans e Bragança, que seria herdeiro do trono da Família Real do Brasil. O Príncipe Dom João tem em comum com o Rei Charles a agenda ecológica, e de acordo com ele, as perspectivas são das melhores.
“A visão dele, que não é de hoje, em relação ao meio ambiente e a sustentabilidade ajuda muito a atualizar a própria instituição da monarquia britânica. O mundo está muito atrasado em relação à causa ambiental, quanto mais vozes nesse sentido, melhor. Ele foi pioneiro nesse assunto”, disse Dom João.
De fato, há 53 anos Charles fez seu primeiro discurso sobre a poluição e o descarte de lixo, quando ainda pouco se falava sobre esses assuntos. Atualmente é engajado na produção de orgânicos e de fontes de energia sustentável, o próprio Charles usa biocombustível e energia solar. O desmatamento, tema tão caro a nós brasileiros, também faz parte da agenda dele.
“É muito triste ver o que nós estamos vendo nesse momento. Populações totalmente indefesas em relação a doenças e invasões de reservas. Espero que se reverta esse quadro com o dinheiro do Fundo Amazônia que a Inglaterra doou para o Brasil. Esse recurso deve ser bem utilizado”, conta o príncipe brasileiro lembrando do acordo feito no encontro entre o presidente Lula e o primeiro-ministro inglês Rishi Sunak.
Outro aspecto notado na cerimônia foi a reutilização de peças antigas como o Cinto da Espada da Coroação e a Luva da Coroação. Para o Príncipe Dom João, esse é um sinal claro de redução de gastos em um mundo em que a desigualdade social ainda é muito presente.
“Charles sinaliza para os menores gastos como todos os governos deveriam fazer. O Rei foi muito claro em seu discurso: ele está no trono para servir ao povo, e não para ser servido”, conclui.
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