O Rio de Janeiro tem essa mágica. Alguns lugares são escolhidos por determinados grupos e tornam-se referência na cidade. Foi assim com La Fiorentina, cantina italiana inaugurada em fins dos anos 1950, no Leme, para onde a classe teatral rumava após seus espetáculos. Em paralelo a isso, intelectuais e boêmios também fizeram do local sua segunda (em alguns casos primeira) casa. A escritora Clarice Lispector (1920-1977), ilustre moradora do bairro, era assídua. O mesmo pode ser dito sobre a cantora Leny Andrade (1943-2023).
Com o passar do tempo, o restaurante consolidou-se como ponto de encontro de artistas e intelectuais – e isso durou anos. Em fevereiro deste ano, a cantina fechou suas portas no Leme suscitando comentários sobre o fim de uma época. Pouco tempo depois, abria as portas em Ipanema. MaIs exatamente na Aníbal de Mendonça, rua que é símbolo da sofisticação do bairro e passarela entre a praia e a Lagoa Rodrigo de Freitas.
A nova Fiorentina foi oficialmente inaugurada na noite da última segunda-feira (06). E reuniu frequentadores fiéis (muitos deles nomes da vida social carioca) e personagens da nova geração, que podem fazer do local seu point, convidados pelo casal de RPs Liège Monteiro e Luiz Fernando Coutinho.
O empresário Omar Peres, o Catito, também fez as honras juntamente com a mulher, Lenise Figueiredo. E a noite contou com a presença de nomes assíduos, como o ator Tonico Pereira, o casal Chico e Eliana Caruso, o cartunista Jaguar, o cineasta Sérgio Rezende, e o casal de atores Paulo Betti e Dadá Coelho.
Duas características marcantes do local são as fotografias que decoram o salão e suas pilastras, assinadas por grandes personalidades. Pois a novelista Glória Perez, o jornalista Luís Erlanger e o supracitado Betti deixaram seus jamegões nelas.
E, assim, a Fiorentina segue com fôlego para manter-se símbolo do alto astral que é uma das marcas do Rio de Janeiro. Que assim continue!
Crédito das imagens: Eny Miranda