Nobre no título e na vida

outubro 20, 2022

O empresário Olavo Monteiro de Carvalho, que morreu aos 80 anos, era um entusiasta da Educação e da Cultura

O termo gentleman é aplicado para designar gentileza e elegância num homem. Pois o Rio de Janeiro perdeu, no fim da tarde desta quinta-feira (20), um gentleman no sentido literal do termo: Olavo Monteiro de Carvalho. O empresário tinha 80 anos e estava internado no hospital Copa Star, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, e não resistiu às complicações decorrentes de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Filho do empresário e engenheiro Alberto Monteiro de Carvalho Filho e da nobre espanhola Maria de Lourdes de Salamanca y Caro, marquesa de Salamanca (de quem herdaria o título de marquês), Olavo foi diretor do Grupo Monteiro Aranha, do qual foi presidente de 1978 a 1996. O empresário foi também membro do conselho administrativo da Klabin e da Ultrapar e, em 2005, assumiu a presidência da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), sendo reeleito para a função, em 2007, por unanimidade.

Olavo foi casado por longos anos com Bettsy Salles, com quem teve três filhas: Júlia, Isabela e Maria.  Após o casamento, envolveu-se com a ex-modelo Andréa Dellal, ao lado de quem abriu sua casa, em Santa Teresa, em 1998, para jantar em torno dos Rolling Stones. O evento marcou o encontro entre o cantor Mick Jagger e a então modelo Luciana Gimenez, com quem veio a ter um filho, Luccas. Na mesma noite, ao ser apresentada a Keith Richards, a atriz Vera Fischer proferiu a célebre frase: “The Beauy and the Beast (a Bela e a Fera)”.

Olavo era um entusiasta da Cultura e da Educação. Foi na sua casa onde foi rodada, em fins dos anos 1970, a sequência inicial do filme “A dama do lotação”, estrelado por Sonia Braga. O imóvel, de cujo jardim se avista parte privilegiada da cidade, foi cedido à produção atendendo a pedido da produtora Liège Monteiro, amiga de muitos membros do clã.

Nos últimos anos, o empresário dedicou-se às atividades de sua fazenda, em Três Rios, interior do Rio de Janeiro, e ao Instituto Marquês de Salamanca, criado por ele em 1997 e voltado ao ensino de qualidade às crianças de baixa renda. A iniciativa inspirou um livro, escrito pela jornalista Beth Ritto e lançado em 2017.

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