‘Nenhum israelense está bem’

outubro 12, 2023

O jornalista israelense Tom Orgad fala da rotina de familiares e amigos em razão do conflito com o Hamas

O jornalista e escritor israelense Tom Orgad vive no Brasil há oito anos. Correspondente da estatal israelense Kan, ele tem dois fortes laços com o país que o abrigou. Vindo de uma família de músicos, encantou-se pelo violão de sete cordas. E o mais importante: aqui teve sua filha. Sua vinda foi motivada pela pesquisa de rituais xamânicos no Norte do país para sua tese de doutorado e, do Acre rumou para o Rio de Janeiro, onde vive.

Em Tel Aviv ficaram seus pais e a irmã. O contato com a família, que já era frequente, intensificou-se do último final de semana para cá, quando o grupo extremista Hamas, que controla Gaza, iniciou uma série de ataques a Israel neste que é o mais beligerante dos conflitos, comuns entre judeus e palestinos.

As conversas com os pais são diárias e algumas vezes acontecem mais de uma vez ao dia. Seus pais não têm saído de casa e estão, portanto, em  segurança, mas Tom sabe o quão relativa é essa certeza.

– Minha família e meus amigos estão relativamente seguros. Não conheço ninguém que tenha sido atingido, mas a realidade é que nenhum israelense está bem. Esse terrível massacre é sem precedentes na história do país e, certamente, o pior atentado contra o povo judeu desde o Holocausto. Mulheres e crianças foram assassinadas de forma chocante. É algo profundamente triste e assustador – explica ele ao NEW MAG.

Além da família, Tom tem no seu país e em Tel Aviv, onde nasceu, amigos de infância. O país, por ter uma população com pouco mais de 9,3 milhões de cidadãos, pode recrutar inclusive mulheres para seu exército. O jornalista, hoje com 41 anos, não teve por ora nenhum conhecido recrutado, mas o quadro pode mudar nos próximos dias.

– O céu de Tel Aviv é cortado por foguetes. Já vivemos essa situação no passado, algo assustador, mas que não chega a ser uma novidade. Agora, o massacre ocorrido no Sul do país este sim é uma novidade e surpreendeu a todos – compara Tom, chamando atenção para os cem mortos no Kibutz Beeri.

– O momento atual é extremamente delicado, o mais delicado na História do país certamente desde que nasci. Sabemos que ainda enfrentaremos tempos difíceis antes que a situação melhore. O momento é, de fato, muito tenso – arremata ele.

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