Os fãs paulistanos de Ana Durães já estavam roxos de saudade. Afinal, a artista não expunha ali há quase dez anos. Mas eles podem já respirar aliviados. E contar os dias (poucos) que faltam para reencontrar as obras da artista, dona de um estilo único nas artes visuais.
“A natureza que me habita” é o nome da mostra que ela inaugura, dia 18, na Galeria Contempo, em São Paulo. Dividindo-se entre o Rio de Janeiro, Petrópolis (onde mantém seu ateliê) e Lisboa, a artista selecionou 20 obras criadas a partir do uso de diferentes técnicas, bem ao estilo iconoclasta desta mineira nascida em Diamantina.
– Não sigo tendências artísticas. Sou uma artista pós-moderna no mundo contemporâneo, onde sigo meus impulsos sensoriais. Pinto o que vejo e sinto – explica Ana sem rodeios ou meias palavras como é do seu feitio.
E por falar em palavras, o texto crítico da exposição é assinado por alguém que entende – e muito – do riscado: a curadora de arte e cientista social Vanda Klabin.
E o resultado é classificado por ela como um “Éden mágico que anseia por consonâncias”. E Ana as faz muito bem, aliás:
– Nada do que vejo me é alheio, misturo as flores, as cores, o meu jardim, com imagens imaginárias. Quase abstratas. Acaba por tornar-se um jardim das delicadezas, próprio da liberdade com que registro meu mundo.
E, como naquele poema do também mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), o mundo é grande. E o de Ama Durães, imenso como sua própria pintura.
Crédito da imagem: Marcia Prates