O talento de Rodrigo Santoro ficou pequeno para o Brasil. O ator ganhou o mundo e tem no currículo papéis em diversos filmes e seriados em Hollywood, mas o início de tudo foi na TV. Seu primeiro trabalho foi uma participação na novela “Olho no olho” e, desde então, não parou mais. Ainda na década de 1990, conquistou o público brasileiro em produções da TV Globo como “Explode coração” e “Hilda Furacão”, tendo interpretado nesta o icônico frei Malthus. Já nos anos 2000, fez longas que lhe renderam diversos prêmios como “Bicho de sete cabeças” e “Carandiru”. Depois, ganhou destaque em superproduções como os filmes “300” e “Ben Hur”. Em entrevista ao NEW MAG, o ator fala sobre o trabalho no cinema norte-americano, recorda seu trabalho ao lado de Paulo Autran (1922-2007) e revela um sonho: contracenar com Fernanda Montenegro.
Teremos mais chances de vê-lo em produções brasileiras?
Sim, estou na terceira temporada da série “Bom dia, Verônica”, da Netflix, e deve estrear ainda este ano o filme “Outro lado do céu”, dirigido pelo (artista visual) Gabriel Mascaro, que foi muito legal de fazer.
Como foi para você a transição entre a TV brasileira e o cinema em Hollywood?
Não houve necessariamente essa transição. Continuo fazendo trabalhos, não separo a TV do cinema, são estórias diferentes. Em uma novela, por exemplo, você vai contar uma narrativa em oito meses, um ano… Já em um filme, você vai contar em uma hora. É só uma forma diferente de contar enredos, mas não faço essa separação, não os coloco em lugares diferentes.
E você tem vontade de voltar a fazer novelas?
Depende muito do tamanho do projeto. Hoje em dia, a dinâmica da minha vida não admite um compromisso muito longo. Não faria sentido para mim, mas foi maravilhoso ter feito a participação na novela “Velho Chico” alguns anos atrás. Foi justamente um trabalho feito em um período curto.
Com qual ator ou atriz você sempre quis contracenar mas ainda não teve oportunidade?
São vários. Adoraria fazer mais trabalhos com o Selton Mello. Fiz a novela “Olho no olho” com ele e, depois, só o reencontrei há três anos quando gravamos a série “Sessão de terapia”. Com quem não trabalhei mesmo mas tenho muita vontade é a Fernanda Montenegro, atriz que admiro muito e com quem esbarrei diversas vezes. Tive a honra de trabalhar com o Paulo Autran…
E como foi atuar com ele, um dos mestres do nosso teatro?
Foi lindo. Atuamos juntos na minissérie “Hilda Furacão”. Foi um trabalho muito importante para mim. Trabalhar com atores muito experientes, como foi o caso do Paulo Autran, ou da Fernanda Montenegro, é incrível. Acabo ficando atraído pela ideia de contracenar com esses gigantes da dramaturgia porque é um grande aprendizado, e eu gosto de aprender.
Crédito da imagem: Adrián Nucelar