Uma declaração de amor aos musicais e, indo mais fundo, ao próprio teatro. Eis a razão e a finalidade de “Alguma coisa podre” (“Something rotten!”), musical de grande sucesso na Broadway, cuja versão brasileira aporta no Rio de Janeiro após temporada em São Paulo, onde abocanhou o Prêmio Bibi Ferreira em quatro categorias. A montagem, dirigida por Gustavo Barchilon, estreou no último fim de semana e teve, na noite da última segunda-feira (08), sessão para convidados no Teatro Casa Grande, no Leblon, Zona Sul da cidade, onde fica até 05 de maio.
O elenco é encabeçado por cinco jovens talentos que mostram o quão preparados estão para a profissão que exercem. E colocam em prática um dos sentidos do verbo atuar, que, na língua inglesa, também significa brincar. Marcos Veras reitera o carisma que o popularizou na TV e mostra que de musical ele entende – e muito. George Sauma construiu seu Shakespeare mesclando referências (e reverências) a Michael Jackson (1958-2009) e a Ney Latorraca. Wendell Bendelack tira muito partido de seu papel e Laila Garin mostra-nos, mais uma vez, a grande atriz que é, sendo aplaudida em cena aberta.
Um jovem talento merece atenção. Leo Bahia defende seu personagem com segurança demonstrando-se também um cantor potente. E de vozes ele entende, uma vez que seu pai, Mayrton Bahia, produziu LPs antológicos de nomes como João Gilberto (1931-2019) e Cássia Eller (1962-2001) na Polygram (hoje Universal) .
Os talentos estavam no palco e também na plateia. Marieta Severo, Marcos Caruso, Eriberto Leão, Beth Goulart, a apresentadora Fátima Bernardes e o casal Larissa Manoela e André Luiz Frambach participaram desse ato de comunhão em torno do teatro. E se há alguma coisa podre ali ela está no título somente.
Crédito das imagens: Daniel Pinheiro