Uma exposição vai saudar a memória de Nara Leão (1942-1989), que teria completado 80 anos em janeiro. “Carnaval 2022: Homenagem a Nara Leão” reúne 90 artistas que assinam obras inspiradas pelo canto, pelo comportamento ou mesmo pela figura da artista. A mostra poderá ser visitada de forma remota, a partir de quinta-feira (10), no Espaço Zagut (https://www.espacozagut.com).
Nara foi muito mais do que um dos pilares da Bossa Nova. Ao romper com o movimento, grava, em 1964, o LP “Nara”, apontado por estudiosos como o ponto de partida do que ficaria conhecido como MPB. Ela foi a primeira artista a dedicar, em 1978, um álbum inteiro ao repertório de Roberto e Erasmo Carlos, “E que tudo mais vá pro inferno”.
“Nara partiu muito jovem, mas deixou uma marca forte tanto na música brasileira quanto na forma de pensar o papel da mulher na sociedade”, salienta Isabela Simões, organizadora da coletiva. Ela se encantou com a cantora ao assistir a “Quando o carnaval chegar”, filme de Cacá Diegues, que traz também no elenco Maria Bethânia e Chico Buarque.
O papel de Nara na emancipação da mulher é destacado também por Silvana Godoi, participante da mostra: “Nara é uma força revolucionária feminina, que quebra padrões e questiona a limitação à liberdade de expressão”.
O legado da artista é celebrado também na série documental “O canto livre de Nara”, dirigida por Renato Terra para o Globoplay. Nara Leão está mesmo com tudo. Merecidamente, aliás.
Na imagem, obra de Maurício Tassi Teixeira.