As mulheres sempre atuaram por transformações na sociedade, mas durante muito tempo, tiveram as suas vozes silenciadas. Por conta disso, não conhecemos histórias como a da filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935-1994), e da autora e professora de letras norte-americana Bell Hooks (1952-2021). Ainda bem que, aos poucos, isso tem mudado. Como uma forma de dar cada vez mais visibilidade ao legado dessas mulheres intelectuais, as professoras de Filosofia Natasha Hennemann e Fabiana Lessa lançam a obra “”Filósofas: o legado das mulheres na História do pensamento mundial” (Maquinaria Editorial).
– Escrever o livro foi uma necessidade que sentimos enquanto professoras de filosofia, para que mais pessoas conhecessem mulheres que se dedicaram à produção de conhecimento, mas muitas vezes não foram reconhecidas por isso. Poucas pessoas sabem citar uma mulher filósofa e menos ainda conseguem explicar um pouco do pensamento de alguma delas. É muito comum, por exemplo, os nossos estudantes nos perguntarem se existem mulheres na filosofia, ou seja, às vezes sequer sabemos da existência dessas pensadoras – afirma a professora Natasha Hennemann ao NewMag.
O livro apresenta a história de 70 pensadoras contemporâneas e também da antiguidade da Europa, Ásia, África e América Latina. Além de Lélia e Bell, já mencionadas, podemos destacar entre as estudiosas a autora norte-americana Angela Davis, a primeira historiadora chinesa, Ban Zhao (45-116 d. C.), e as filósofas brasileiras Sueli Carneiro e Djamila Ribeiro.
– É possível pensar de maneira crítica a partir do seu próprio ponto de vista e do seu próprio lugar no mundo, inclusive nos dias de hoje. Se você é uma dona de casa, pesquisadora ou de qualquer outra profissão, você pode gerar reflexões importantíssimas e que talvez ninguém tenha pensado ainda. Então, nós achamos que mostrar essa diversidade de olhares e essas pessoas corajosas, podemos inspirar mais mulheres a se aventurarem tanto pela filosofia quanto por várias outras áreas do conhecimento – arremata Hennemann.
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