“Isso aqui, ô,ô\ É um pouquinho de Brasil, ia,ia”… Os versos em questão abrem o samba “Isto aqui o que é?”, de Ary Barroso (1903-1964). A canção foi reavivada pelo canto único de Caetano Veloso numa gravação exclusiva para a trilha de “Vale tudo”, novela que atraiu as atenções do país em 1988. A faixa poderá ser ouvida no remake da novela, cuja estreia acontece no dia 31 deste mês. Caetano estará,aliás, presente em outras duas faixas da trilha, seja como autor ou como intérprete.
A gravação de Xande de Pialres para “Gente”, extraída do álbum “Xande canta Caetano”, estará também na novela. Lançada originalmente pelo baiano em 1977, no LP “Bicho”, a canção destaca a vocação que todo ser humano tem para prosperar na vida. “Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome”, diz um dos versos. Pelo teor da letra,é provável que ela esteja associada ao núcleo de assalariados, do qual fazem parte personagens como Poliana (Matheus Nachtergaele).
A voz de Caetano poderáser ouvida também em “Nossa resenha”, na qual divide os vocais com Cupertino e os Garotin, conjunto formado por jovens periféricos com levada soul e r&b. O grupo caiu nas graças de grandes nomes como o jornalista e letrista Nelson Motta.
Gal Costa (1945-2022) é outro grande nome cujo canto poderá ser ouvido em duas gravações ao longo do folhetim. Uma delas é “Barato total” (Gilberto Gil), lançada pela artista em 1973, e, claro, na canção de abertura, “Brasil, de Cazuza (1958-1990), Nilo Romero e George Israel. A faixa foi outra registrada especialmente para a versão original da novela.
A trilha trará também outros medalhões como Ney Matogrosso e Maria Bethânia, que tiveram escolhidas,respectivamente,suas gravações para “Quase um segundo” (Herbert Vianna) e “Olha” (Roberto e Erasmo Carlos). Bethânia esteve também na primeira trilha da trama. Sua gravação de “Tá combinado”,de Caetano, embalou o romance entre Raquel (Regina Duarte) e Ivan (Antonio Fagundes) na versão original.
Outro nome que merece destaque é o de Tom Jobim (1927-1994). O Maestro Soberano estará presente com “Dindi”, na gravação antológica com Frank Sinatra (1915-1998) Tom compôs temas para novelas de Gilberto Braga (1945-2021), autor da trama original. “Luiza”, obra-prima do cancioneiro jobiniano, foi composta para a abertura de “Brilhante”, exibida em 1981.
Créditos: Christovam de Chevalier (texto) e Davi Rocha (imagem)