Raras artistas no país conquistaram o título de “Dama das Artes Plásticas”. Tomie Ohtake (1913-2015) , um dos grandes nomes das nossas artes, conseguiu tal deferência. Nascida no Japão e naturalizada brasileira, a artista completaria 108 anos. E a data não passará em branco. O Instituto Tomie Ohtake inaugura mostra em que a tônica será a relação das telas da artista com o movimento. “Tomie Ohtake Dançante” terá também telas criadas por nomes ligados à dança. Isso mesmo.
Com curadoria de Paulo Miyada e Priscyla Gomes, a mostra marca também os 20 anos do instituto, comandado por Ricardo Ohtake, filho da artista, e traz obras feitas entre 1960 e 2010, nas quais os curadores investigam se as pinturas dançam ou se é mera ilusão de ótica. A dupla conversou, ao longo de seis meses, com coreógrafos de diferentes formações e trajetórias que criaram telas a partir das suas percepções sobre o trabalho da artista. O resultado são obras que conversam com a produção de Tomie. O público vai poder ver também vídeos que mostram o passo a passo da criação dessas telas.
– Organizamos esta exposição em três atos e três ambiências, que conjugam seleções de pinturas de Tomie Ohtake com recursos escolhidos para intensificar a consciência sinestésica do corpo, do espaço e do movimento que atuam na percepção da imagem pictórica – destacam Miyada e Gomes.
Crédito das fotos: Mario Rodrigues e reprodução (Instituto Tomie Ohtake).