Mundialmente reconhecido por sua incontestável contribuição ao cinema e considerado o homem mais bonito do mundo nos anos 1960 e 1970, o ator franco-suíço Alain Delon (1935-2024) será homenageado da 15ª edição do Festival Varilux de Cinema Francês, que começa em 7 de novembro. Verdadeira lenda do cinema francês, no total o artista atuou em 88 filmes, contracenando com grandes nomes como Romy Schneider (1938-1982), considerada um dos grandes amores de sua vida, Yves Montand (1921-1991), Catherine Deneuve e Jean-Paul Belmondo (1933-2021).
Na ocasião, seu legado será celebrado com a exibição do longa-metragem de 1960 “O Sol por Testemunha”, de René Clément (1913-1996), cineasta vencedor de dois Oscars: por “Três Dias de Amor” (Au-delà des Grilles – 1949) e por “Brinquedo Proibido” (Jeux Interdits- 1952). No filme ele interpreta o personagem Tom Ripley, um homem do mar que tem caráter duvidoso e personalidade arisca, algo que o ator acreditava estar próxima a ele. A obra é baseada no livro da norte-americana Patrícia Highsmith (1921-1995) e ganhou remake com Matt Damon como Tom Ripley em 1999 e uma série em 2024, com Andrew Scott vivendo o mesmo personagem.
— Delon era, sem dúvida, uma pessoa complexa e controversa. Ele inspirou toda uma geração de cineastas deixando um legado de 88 filmes como ator. Escolhemos apresentar o filme cult “O Sol por Testemunha” pela originalidade de seu roteiro – de Paul Guegauff (1922-1983), roteirista do Claude Chabrol (1930-2010)- e pela incrível direção de fotografia do Henri Decaë (1915-1987), o mesmo de “Os Incompreendidos”, de Truffaut (1932-1984). Também porque o filme é atemporal, como atestam os recentes remake e série — comenta Emmanuelle Boudier, curadora e diretora do Festival.
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