Inaugurado em 1949, o Teatro Copacabana Palace testemunhou montagens antológicas do teatro brasileiro. Foi naquele palco onde Fernanda Montenegro estreou profissionalmente. Foi ali onde Marília Pêra (1943-2015) estrelou, em idos dos anos 1980, “Adorável Júlia”, sob direção de Domingos Oliveira (1936-2019). Também foi lá que, na virada dos anos 1980 para os 90, Renata Sorrah e Marieta Severo brilharam, respectivamente, nas montagens de “Encontrar-se”, de Pirandello (1867-1936), e de “A estrela do lar”, de Mauro Rasi (1949-2003).
Fechado há quase três décadas, o teatro foi reinaugurado, em 2021. E, quis o destino (ou quiseram os deuses do Teatro) que a reabertura se desse com um musical que conta a história do próprio teatro. O espetáculo em questão era “Copacabana Palace – O musical”, que, em mais uma peça do destino, volta àquele espaço dois anos depois, quando o Belmond Copacabana Palace celebrará seu centenário. A reestreia está marcada para 03 de agosto.
No musical, a história do hotel é contada sob a ótica de Maria Isabel Guinle, interpretada por Suely Franco e por Vannessa Gerbelli em diferentes momentos. Dona Mariazinha, como também era conhecida, viveu no hotel por 40 anos e assumiu sua administração com a morte do marido, Otávio Guinle, em 1968. O visionário empresário e investidor, que construiu o hotel quando Copacabana estava longe de ser como a conhecemos, é vivido no musical por Mouhamed Harfouch.
As histórias da vida do casal vão misturando-se as do próprio bairro e às da cidade do Rio de Janeiro na dramaturgia, a cargo de Ana Velloso. Já a direção, a cargo de Gustavo Wabner e Sérgio Módena, alia tradição à modernidade.
– A premissa dessa encenação não é uma reprodução exata, histórica, seja nos figurinos ou na própria cenografia. Estamos trabalhando com tecnologia e elementos mais tradicionais – explica Módena, destacando que o mesmo se dá com a direção musical: – Os arranjos da época recebem intervenções sonoras e o uso de alguns instrumentos que trazem uma pegada contemporânea.