“Nós sempre teremos Paris”. A frase, dita por Rick Blaine, personagem de Humphrey Bogart (1899-1957), na cena final de “Casablanca”, entrou para a História do cinema. Ela vem bem a calhar em se tratando de “Paris”, mais nova criação da Studio3 Cia de Dança. O espetáculo, que estreou em fevereiro deste ano, volta a ser apresentado em São Paulo. As sessões acontecem nesta quinta (18) e sexta (19), no MASP Auditório com entrada franca.
Paris reuniu, nas primeiras décadas do século XX, alguns dos mais importantes nomes das artes. Tamanha era a efervescência da época que Ernest Hemingway (1899-1961) cunhou uma de suas obras com o título de “Paris é uma festa”, outra frase lapidar. A “Paris” da Studio3 também é uma festa – para olhos e ouvidos – e marca o reencontro entre o diretor Jorge Takla e Anselmo Zolla, diretor coreográfico da companhia.
E os personagens que marcaram a cidade naqueles loucos anos tornaram-se referência às gerações vindouras. São nomes como o do pintor e escultor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), o do compositor norte-americano Cole Porter (1891-1964) e o da estilista Coco Chanel (1883-1971), interpretada por Vera Lafer. A bailarina usa em cena uma peça autêntica assinada pela estilista francesa.
O requinte está presente, aliás, em cada detalhe da encenação. E não poderia ser diferente em se tratando do time escalado. Enquanto a cenografia tem o crivo de Renata Pati, os figurinos têm a grife Fábio Namatame enquanto Joyce Drummond e Ronaldo Zero assinam, respectivamente, a iluminação e as projeções. Tudo isso embalado pela direção musical do craque Felipe Venâncio.
– Poder mergulhar nessa viagem, conhecer melhor esse universo permeado por grandes artistas em um trabalho muito delicado, com muita pesquisa e afinco, para mim, como coreógrafo criador é um presente e um privilégio – festeja Zolla.
Sim, “Paris” é uma festa. Então, vamos a ela!
Crédito das imagens: Leandro Menezes