Lúdica e pioneira

julho 26, 2023

Bia Bedran tem suas canções reunidas na série Songbook, cuja marca já contemplou grandes mestres da MPB

Num tempo em que ainda não havia internet e nem todo esse aparato de luzes e telões de LED nas apresentações infantis, uma mulher foi pioneira ao compor e cantar para crianças. A artista em questão é Bia Bedran, autora que, nos últimos 30 anos, criou canções que colaboraram para que crianças de diferentes gerações crescessem e se tornassem adultos mais conscientes de suas potencialidades – e responsabilidades.

Essa compositora ímpar completa 50 anos de carreira obtendo um merecido reconhecimento. Cem de suas composições terão suas partituras e cifras disponibilizadas em livro. Os dois volumes do “Songbook Bia Bedran” (Irmãos Vitale) serão lançados nesta sexta-feira (28), na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde a cantora bate-papo com o maestro Ricardo Gilly, coordenador juntamente com Bia da edição.

A iniciativa de editar em livros partituras com o cancioneiro de artistas brasileiros foi do violonista e produtor Almir Chediak (1950-2003). Coube ao cantor e compositor Caetano Veloso abrir, em fins dos anos 1980, a série de edições com seu cancioneiro de então. Em seguida vieram livros dedicados à Bossa Nova e a nomes como Tom Jobim (1927-1994), Rita Lee (1947-2023) e Noel Rosa (1910-1937). Bia Bedran entra para um rol que inclui compositores como Chico Buarque, Djavan e, mais recentemente, as parcerias entre Antonio Adolfo e Tibério Gaspar (1943-2017).

– Sinto-me presenteada por realizar esse sonho antigo e por estar nessa galeria de compositores estelares da nossa MPB. Estou literalmente nas nuvens – festeja Bia que trabalhou intensamente com Gilly para a realização do projeto: – Sou muito grata ao maestro que trabalhou exemplarmente comigo na produção desses dois volumes.

Sim, o maestro e a compositora tiveram encontros quase que diários ao longo dos últimos quatro anos. As cem canções escolhidas, extraídas dos oito álbuns da artista, irão além das cifras e das partituras. Elas também poderão ser ouvidas através de códigos QR ao lado do título de cada obra.

E as celebrações não param por aí. Álbum lançado pela artista em 1980, “Bloco da Palhoça – Músicas para brincar e cantar”, chega também às plataformas digitais. As 12 faixas do LP chegam remasterizadas às crianças de hoje.

– Fazíamos espetáculos para adultos e crianças em praças, auditórios, pátios de escolas públicas e particulares, coretos de cidades do interior… Íamos descobrindo uma linguagem na qual o fazer artístico dialogava com a recriação de elementos do folclore ou da tradição oral de cada lugar – rememora a artista.

Linguagem aperfeiçoada por Bia ao longo de cinco décadas de carreira. O mundo mudou, e o cancioneiro de Bia também, com um diferencial: as canções dela só melhoraram. Já o mundo… Melhor deixar para lá.

Crédito das imagens: Reprodução (alto) e César Barreto

Bia (de vermelho) entre os músicos Freddy Anrique, Marcos Amma, Victor Larica, Gerson Congolês, Lourenço Baeta e Ricardo Medeiros em foto de 1977

 

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