“Linguistas também são falantes da Língua e… humanos”. A frase, proferida por Ricardo Cavaliere, não é mera retórica, mas diz muito sobre o próprio filólogo e professor, empossado, na noite da última sexta-feira (18), na Academia Brasileira de Letras. O novo imortal ocupa agora a cadeira de número 08, vaga desde a morte da professora Cleonice Berardinelli, em janeiro.
– Vivemos uma época em que certos valores ainda presentes no seio da sociedade, nomeadamente os que se manifestam em expressões como “cultivo da língua” ou mesmo “defesa da língua” são objeto de indisfarçável repulsa nos centros de investigação linguística por supostamente significarem um comportamento normativo incompatível com a pesquisa científica – protestou em sua fala Cavaliere, professor aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF).
O discurso de saudação ao novo imortal foi escrito por Evanildo Bechara e lido pelo professor Arnaldo Niskier. Bechara, referência no estudo da linguística, foi um grande entusiasta da entrada de Cavaliere na instituição:
– A contribuição de Cavaliere é expressivamente relevante para o desenvolvimento do saber linguístico-historiográfico da gramaticologia brasileira.
Crédito das imagens: Richam Samir