Jeitinho americano de fazer rir

agosto 9, 2023

David Krumholtz fala sobre seu novo filme com Rodrigo Fonseca, nosso correspondente no Festival de Locarno

por Rodrigo Fonseca*

ASCONA (Suíça) – Falta pouco para a competição oficial do 76º Festival de Locarno terminar, com a cerimônia de premiação oficial agendada para este sábado (12), pautada pelas escolhas de um júri comandado pelo ator e cantor francês Lambert Wilson. Nessa reta final, uma comédia americana gestada fora das normas de Hollywood chega à cidade com fome de prêmios e potencial humorístico para se estabelecer como cult: “Lousy Carter”. Seu diretor, Bob Byigngton, e seu ator principal, (o brilhante) David Krumholtz (em cartaz no Brasil com o sucesso “Oppenheimer”), agem como colegas de escola quando dão entrevistas. Eles se espezinham, dão foras (fakes) um no outro, fingem divergirem. Mas nesse clima à moda “quinta série ginasial” de brincadeira, no papo com NewMag, eles fazem reflexões profundas sobre a arte do riso.

–  Não parece haver interesse dos grandes estúdios de investirem em comédias populares de larga escala, pois os últimos exemplares do gênero não se saíram bem nas bilheterias. Mas isso oferece espaço para filmes como o nosso  –  conta Krumholtz, num papo na praça central de Locarno.

Sob a fina direção de Byington, ele vive Carter, um animador fracassado que ganha a vida dando aulas de literatura, com ênfase no romance “O grande Gatsby” (1925), de F. Scott Fitzgerald (1896-1940). Mas ao receber o diagnóstico de que tem uma doença terminal e tem pouco tempo de vida, Carter decide aloprar e realizar seus desejos no pouco período que tem para viver –  o que rende muitas trapalhadas.

–  Tenho pena de quem leu ‘Gatsby’ e não gostou, pois é um livro incrível, com o qual eu quis estabelecer paralelos –  comenta  Byington, destacando a seguir:   –  O que eu considero ser um bom filme é um longa-metragem no qual o diretor consegue descartar tudo aquilo que pode ser ruim, tudo aquilo de que ele desgosta.

Até o momento, os dois maiores rivais de “Lousy Carter” na briga pelo Leopardo de Ouro de 2023 são “Do not expect too much of the end of the world”, do romeno Radu Jude, e “Manga d’Terra”, do português Basil da Cunha. O vencedor será anunciado por Lambert Wilson daqui a três dias.

* Enviado especial a Locarno

O diretor Bob Byigngton e o ator David Krumholtz: gaiatices e foras mútuos feito colegiais

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