João Goulart (1919-1976), presidente deposto pelo golpe militar nos anos 1960, pode ganhar no Rio de Janeiro um memorial para contar sua História. A ideia é a de reunir, num único espaço, o acervo de Jango, como era conhecido, disperso entre o Rio de Janeiro, Brasília e São Borja (RS), onde há um museu em sua memória. A iniciativa é do professor Paulo Alonso, reitor da Universidade Santa Úrsula, e conta com o apoio da ex-primeira-dama e viúva do político, Maria Thereza Goulart e da família.
Uma primeira conversa sobre a iniciativa aconteceu na manhã desta quarta-feira (25) na residência da filha de Jango, Denize, na Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro, e contou com as presenças de Thereza e de sua neta, Bárbara, autora de biografia recente sobre o avô. Uma audiência com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, será marcada assim como com seu novo secretário de Cultura, Marcelo Calero.
Deposto do cargo por um golpe de estado, Jango e a mulher precisaram deixar o país às pressas e parte dos objetos pessoais do casal se perdeu ao longo dos anos. O que restou está guardado com Maria Thereza, no Rio de Janeiro, com seu filho, João Vicente, em Brasília, e no museu que leva o nome de João Goulart, em São Borja, terra natal de Jango, onde as peças estão em regime de comodato.
– Assim como há, em Brasília, um memorial para JK (Juscelino KubtscheK) e, no Rio, um para Getúlio (Vargas), a ideia é a de fazer essa homenagem ao João Goulart – explica Alonso ao NEW MAG, destacando as injustiças sofridas pelo político: – Ele foi deposto por um golpe e morreu no exílio, longe do seu país. Trata-se de uma reparação justa a uma figura política de suma importância.