O que nomes como o poeta Luiz Gama (1830-1882)e o arquiteto Diébédo Francis Kéré têm em comum? Eles contribuíram – e contribuem, no caso de Kéré – para a legitimidade do negro numa sociedade pautada pelo preconceito e fortes raízes escravocratas. Eles são apenas dois dos personagens retratados por Fátima Farkas na exposição “Será o Benedito”, inaugurada na Zona Portuária do Rio de Janeiro.
O Benedito em questão é o líder quilombola Benedito Caravelas (1805-1885), um dos personagens presentes na mostra, com curadoria do jornalista Mauro Trindade. A exposição celebra os 19 anos do Instituto Pretos Novos (IPN), recém-incorporado ao Patrimônio Cultural da cidade, onde foi inaugurada na última sexta-feira (10).
A abertura foi prestigiada por nomes como Walter Firmo – patrimônio vivo do nosso fotojornalismo –, o cenógrafo e designer gráfico Gringo Cardia e por descendentes dos personagens retratados, como Seu Candinho, filho de João Cânidido Felisberto (1880-1969), que notabilizou-se por insurgir contra a Marinha no que ficou conhecida como Revolta da Chibata.
Crédito das imagens: Marco Rodrigues