Guardião da memória

outubro 23, 2024

Em sua estreia como poeta, o jornalista Rodrigo Cabral apresenta seu primeiro livro "Refinaria"

A poesia como ferramenta para explorar cenários em constante mutação, este é o cerne do livro de estreia de Rodrigo Cabral. Batizado como “Refinaria”, a coletânea de poemas teve seu primeiro lançamento na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2024, e agora ganhará uma celebração especial na cidade onde o jornalista cresceu e vive. 

Rodrigo, finalmente, reunirá os familiares e amigos para uma sessão de autógrafos em Cabo Frio, no próximo dia (25/10), na Editora Sophia casa de publicação que ele mesmo comanda desde 2015 onde já editou mais de 40 títulos de autores diversos. O filho ganhou uma capa com pintura impressionista, do amigo e artista plástico Rapha Ferreira, natural da região. 

Na obra, Rodrigo reflete sobre os processos contínuos de transformação e refino, tanto no território como na própria vida e no ato de escrever. Elementos como uma figueira centenária são inspiração para ele, já que a árvore é uma das poucas que permaneceram em meio à transformação da cidade. O poeta nos mostra com doçura como é dolorido sentir saudade. E traz à tona questões urgentes sobre a importância de conter o apagamento histórico do cotidiano. 

Os poemas dele se movem entre temas como a relação com o pai Moacir Cabral, também jornalista,  dialogam com a paisagem e as dinâmicas internas particulares. Através de versos, Rodrigo é capaz de equilibrar a peculiar linguagem regional com uma universalidade poética. Ampliando e permitindo que os leitores encontrem pontos de conexão com sua escrita marcante.  

Além disso, a obra, que traz 56 poemas inéditos, faz referência à formação geológica da camada pré-sal e traça paralelos com a história da cana-de-açúcar em Campos dos Goytacazes (RJ), cidade natal do autor.  

— Estou trabalhando no livro desde 2021. Nele trago imagens que me acompanharam toda uma vida. O livro também trata disso, da própria escrita, um texto constantemente revisto, refeito e relido, em um processo contínuo de busca por significado. Ao poeta, cabe tentar coletar a poesia que encontra, em estado bruto, na vida enfatiza Cabral.

Crédito da imagem: Mariana Ricci

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