Ele tem, há décadas, seu lugar no panteão dos grandes nomes da nossa música. E é um dos nossos mais importantes compositores. Estamos falando de Geraldo Azevedo de Amorim, popularmente conhecido como Geraldo Azevedo. O cantor e compositor completa, neste sábado (11), 80 anos, e a data não passará em brancas nuvens.
As oito décadas do artista serão celebrados em uma casa de festas no bairro de Laranjeiras, Zona Sul do Rio de Janeiro, das 19h à meia-noite. O agito foi batizado de “Oitentação” e vai reunir familiares e amigos, alguns deles grandes nomes da MPB. Uma ausência já é sentida: a de Alceu Valença, que está em Portugal.
Geraldo Azevedo e Alceu estrearam na música em 1972, quando lançam o álbum “Geraldo Azevedo e Alceu Valença”. O álbum acabaria conhecido como “Quadrafônico” e, a partir de então – e ao longo de 53 anos de carreira fonográfica – o compositor tornaria conhecido um cancioneiro composto por obras como “Bicho de sete cabeças” (canção-título” do álbum lançado em 1979), “Táxi lunar”, “Dia branco”, “Chorando e cantando”, “Moça bonita” e “Dona da minha cabeça”.
Além de exímio compositor, o talento como instrumentista levou-o a produzir e a dirigir artisticamente álbuns como o antológico “Ave de prata” (1979), LP de estreia de Elba Ramalho. Para o projeto foram arregimentados, simplesmente, músicos como Robertinho do Recife e um certo guitarrista de nome Lulu dos Santos.
A cantora tornaria-se, ao longo dos anos seguintes, a principal porta-voz do compositor. Uma prova disso é contada pelo próprio autor com ares de anedota. Como no Brasil é comum atribuírem ao intérprete a autoria do que canta, certa vez, ao fim de um show, ele ouviu de um fã o comentário:
– Adoro você, Geraldo Azevedo, mas por que você canta tantas músicas da Elba Ramalho?
O fato é que Geraldo Azevedo completa oito décadas de vida demarcando seu território na música, aliando tradição e inovação. Provas disso são os shows com que viaja o país. Um deles é “O grande encontro”, que o reaproxima de Elba e de Alceu. Outro é a turnê recente de “Violivozz”, apresentado juntamente com Chico César, compositor surgido duas décadas após Azevedo entrar de sola na cena musical.
E, pelo andar da carruagem, ops, do táxi lunar, assim ele seguirá. Vigoroso, irrequieto e inventivo, compondo presencialmente ou, como ele mesmo diz, “onlinemente”. Geraldo Azevedo está, aos 80 anos, para “o que der e vier”. E a chama continua…
Crédito da imagem: Leo Martins