Gênio na telona

janeiro 18, 2023

Colaborações de Chico Buarque para o cinema inspiram mostra com 12 produções no Rio de Janeiro

Chico Buarque é múltiplo muito antes de o termo cair no lugar comum. Ele tem se dividido entre a música, sua principal atividade, e a literatura, na qual estreou em fins dos anos 1960, com o poema ”A bordo do Rui Barbosa”, e à qual tem se dedicado com mais afinco dos anos 1990 para cá.  Pois o artista também tem uma ligação profícua com o cinema. Sua colaboração à sétima arte inspira, pela primeira vez, um festival. A Mostra Chico Buarque no Cinema acontece de 25 de janeiro a 1º de fevereiro, no Estação NET Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.

A mostra, idealizada pelo diretor e agitador cultural Cavi Borges e pelo cineasta Felipe Cataldo, faz um panorama da abrangência de relações do artista com o cinema, seja como compositor de temas, autor de  livros adaptados, roteirista e até mesmo ator. A abertura será com “Ópera do malandro” (1985), de Ruy Guerra, adaptação do musical encenado em 1978 e cuja versão cinematográfica ganhou novas canções (“Último blues” e “Palavra de mulher”, entre outras) com Chico assinando o roteiro juntamente com Guerra. A seleção traz ainda três longas inspirados em livros do autor: “Estorvo” (1998), também de Ruy Guerra; “Budapeste” (2009), de Walter Carvalho, e o inédito “Benjamim Zambraia e o autopanóptico”, de Cataldo, que terá pré-estreia no dia 26.

O Chico ator de cinema (sim, ele existiu) estará duplamente representado por “Quando o carnaval chegar” (1972), de Cacá Diegues, e “O mandarim” (1995), de Júlio Bressane, no qual o compositor interpretou Noel Rosa (1910-1937). Um programa para adultos e crianças está reservado para o dia 28, às 19h, quando será exibido “Os saltimbancos Trapalhões” (1981), de JB Tanko.  As sessões serão sucedidas de conversas com alguns dos realizadores das obras, mediadas pelo crítico de cinema Rodrigo Fonseca.

– A ideia é misturar um pouco de tudo: ter adaptações de livros do Chico, ter o Chico fazendo a trilha e o Chico como ator. Não é um Chico específico, mas de várias formas e sempre ligado ao cinema – explica ao NEW MAG Cavi Borges, idealizador da mostra.

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