“Decifrar o fio do psicodelismo nordestino” é o desafio lançado por Mayna Neiva a quem for ao show em que apresenta seu álbum de estreia, “Tá tudo aqui dentro”. A multiartista paraibana lançou o convite em entrevista exclusiva concedida ao NEW MAG na qual se derramou de amores pelo novo projeto musical. Neiva enfatizou que sua sólida carreira de atriz se complementa, e que não conflita com sua paixão pela música.
— Amo interpretar, mas a música sempre foi um sonho guardado. Há anos canto em bandas com amigos por diversão. Com esse projeto dou o acolhimento às minhas raízes nordestinas e ponho um toque futurista. Permito que minha voz interior venha à tona — ressalta Mayana, que começou a fazer o disco durante a pandemia. O projeto foi finalizado de forma independente e com apoio de amigos como Chico César, com quem tem parceria na faixa “Queima”, Zé Manoel, Mestrinho, Josyara e outros nomes de peso na música contemporânea.
Ela conta que o processo foi praticamente “tecido” como uma artesania, levando quase três anos para ficar pronto. As faixas misturam elementos da música nordestina com uma produção cosmopolita latino-americana, incorporando ritmos como tango, forró, cúmbia e bolero. O repertório do álbum foi cuidadosamente adaptado para o espetáculo musical que, segundo a própria artista: é poético e gramático. Reforçando as influências teatrais que a atriz, praticante de meditação, carrega na bagagem.
— Passei muitos anos fora do Brasil e, quando voltei em 2018, fui buscar minha história. Meu avô era balaieiro do sertão, sou uma mulher sertaneja. Eu queria dizer ao mundo que as mulheres nordestinas são como diamantes, tem mil faces, são muito fortes e diversas. O show é um convite para mergulharmos nessa psicodelia potente que nasceu comigo — diz Neiva, que além das músicas autorais, também apresentará clássicos que marcaram sua trajetória.
Ela vai dividir o palco com os convidados especiais da noite Marcel, Leandro Fregonesi e Daniel Baraúna. E a banda que lhe acompnha é formada pelos músicos Ed Woski ( guitarra), Cosme Vieira (acordeon), Mayara Almeida ( sax tenor), Bruno Marques (bateria) e Daniel Baraúna na percussão e vocais. O show já foi apresentado em São Paulo em três casas diferentes, mas é a primeira vez que será feito no Rio, nesta quinta-feira (31), no Manouche, na Casa Camolese, no bairro do Jardim Botânico, Zona Sul da cidade.
Crédito das imagens: Gabriel Bertoncel