Como na letra de “Café soçaite”, ela já foi “citada na coluna do Ibrahim”. Em idos dos anos 1970, uma década portanto antes de Giselle Bündchen nascer, sua hoje sogra, Alice da Silveira, brilhava sob os holofotes. Mãe de Joaquim Valente, companheiro da über model, Alicinha, como é carinhosamente chamada, tinha 18 anos quando foi alçada à categoria de musa de Ibrahim Sued (1924-1995), um dos mais respeitados colunistas sociais deste país.
O jornalista e o pai de Alicinha, o empresário Guilherme da Silveira Filho (1907-1989), dono da Fábrica de Tecidos Bangu e presidente do Bangu Atlético Clube, eram amigos, se frequentavam e Ibrahim viu Alicinha crescer.
– O Ibrahim era amigo da minha família. Ele era muito ligado ao meu tio Joaquim e trabalhou com meu pai na época do Miss Elegante Bangu. Então, eu era como uma filha para ele e, na comparação com as musas, era a garota, pois todas ali já eram mulheres maduras e casadas. Eu era a única solteira – rememora Alicinha em conversa com NEW MAG.
Sim, Alicinha não estava sozinha nesse panteão muito bem elaborado por Ibrahim. Com ela estavam algumas das mulheres mais belas e elegantes da sociedade brasileira de então. Eram elas a atriz Tonia Cerrero (1922-2018), símbolo eterno de beleza; Teresa Souza Campos (1929-2020 e citada na letra de “Café soçaite”), a hoje condessa Sylvia Amélia de Waldner (na época Chagas) e Ilde Garavaglia Lacerda Soares.
Essas gatas extraordinárias posaram com Ibrahim para a capa da uma edição da Manchete. E Alicinha lembra que chegou ao estúdio vestindo um item considerado arrojado para a época: uma calça jeans. Ao ver as outras damas em longos deslumbrantes, cogitou dar meia volta, mas acabou demovida por Ildinha, que tivera também a mesma ideia.
–Teresa, Tonia e Sylvia Amélia estavam de longos muito chiques,lindas, e a Ilde, uma amiga da vida toda, de jeans, como eu, me dando segurança. Lembro de seguirmos as recomendações do tipo “Fica para lá”, e de ela me dar muito apoio – recorda-se, fazendo um balanço da experiência: – Aprendi muito ali naquele momento, e a lembrança que guardo é ótima. E o Ibrahim, sempre respeitoso e carinhoso comigo. Foi muito divertido.
Créditos: Christovam de Chavelier (texto) e reprodução\instagram (foto)