‘Foi de intensa emoção’

dezembro 19, 2024

Egberto Gismonti tem temas recriados pelo trio de sua filha, Bianca, em álbum que celebra seus 70 anos

Em 2017, Egberto Gismonti, um dos grandes nomes da nossa música, completou 70 anos. A pianista Bianca Gismonti, sua filha e ás no instrumento como o pai, viu naquela ocasião o pretexto para um tributo. E, assim, seu trio – formado pelo baterista Júlio Falavigna e por Antonio Porto (baixo) – foi para o estúdio esmiuçar as obras-primas do mestre.

E o resultado é “Gismonti 70” (Hunnia Records), que chega às plataformas nesta quinta (19) – curiosamente sete anos após ter sido idealizado. O projeto foi gravado em 2018, em Budapeste, e o plano era o de ser mixado e lançado em 2020. Mas os contratempos trazidos pela pandemia atrasaram os planos, concluído este ano, quando Bianca conseguiu se deixar fotografar na casa do pai, onde viveu até os 19 anos.

Capa de “Gismonti 70”

– Queria que as fotos fossem feitas no ambiente onde morei com meu pai e onde ele vive até hoje, que é o seu canto de silêncio e grandiosidade – explica a pianista.

O projeto traz pérolas como “O sonho”, lançada originalmente por Elis Regina (1945-1982), além de temas instrumentais como “Palhaço” e “Lôro”, gravadas, respectivamente, em 1980 e no ano seguinte.

E mergulhar essa produção foi para Bianca como revisitar sua própria trajetória, uma vez que ela viu de perto alguns desses temas nascerem, como conta:

– Foi um período de intensa emoção, já que suas composições traduzem parte da minha história pessoal. Desde o meu nascimento – e até hoje – venho acompanhando de perto as suas infinitas sementes desabrocharem em árvores grandiosas.

Bianca ainda menina nos braços do pai, o grande Egberto Gismonti

 

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