Pouco tempo depois de perder a mãe, Lady Di (1961-1997), o príncipe Harry procurou uma médium a fim de se comunicar com a ex-princesa. A revelação é feita na autobiografia “Spare” (expressão inglesa para “reserva”), lançada mundialmente nesta terça-feira (10). Editado no Brasil sob o título de “O que sobra” (Cia das Letras), a obra traz à tona detalhes sobre a vida do príncipe dentro e fora da realeza britânica, revelando questões familiares e traumas pessoais.
Em busca de respostas e um desfecho para a morte da mãe, o príncipe procurou a paranormal recomendado por amigos, e ouviu que o espírito da mãe estaria presente na vida dos filhos. Um fato ocorrido no Natal de 2020 corroborou para ele acreditar no relato: um enfeite de Natal, presenteado pela rainha Elizabeth II (1926-2022), foi quebrado por seu filho Archie.
Em “Spare”, Harry não se omite ao tocar na ferida provocada pela morte da mãe. Ao longo de sua adolescência, fez uso de drogas como maconha, cocaína e cogumelos, provando também chá de ayahuasca. Uma vez em Paris, atravessando o túnel da Ponte de L’Alma, pediu para o motorista dirigir a 104 km/h, mesma velocidade que provocou o acidente que matou Diana. Os fatos de o túnel ser reto e da velocidade não ser muito alta para a pista o deixaram ainda mais confuso sobre as circunstâncias do acidente, ainda misterioso sob diferentes aspectos.
A conturbada relação com o irmão, William, também é exposta. A polêmica na qual se envolveu em 2004, quando usou um uniforme nazista em uma festa a fantasia, foi, segundo ele conta, consequência do incentivo de William e de Kate Middletown (atual princesa de Gales). Numa discussão do passado, William o agrediu fisicamente, e a sequência de desavenças acabou levando Harry a considerar o irmão seu “arqui-inimigo”.
Na mais recente decepção familiar, o príncipe comentou como não foi incluído nas cerimônias de morte da sua avó Elizabeth, se sentindo excluído pelo irmão, pai e madrasta. Apesar das mágoas, Harry frisou que gostaria de se reconciliar com a família um dia. Tudo vai depender agora das reações familiares aos seus relatos. Quem viver verá.