Um escreve e o outro retrata. Desde 2018, a artista plástica Louise Helène e o fotógrafo Sergio Santoian mantêm no ar o projeto “Feito tatuagem”, onde expressam e manifestam suas artes diante de cenários já estabelecidos, dando resposta a quase tudo que vivem e sentem através da fotografia e das artes plásticas. A lista é quase infinita, a dupla já fotografou nomes como Carmo Dalla Vecchia, Fátima Bernardes, Bárbara Paz, Marcelo Faria, Rainer Cadete, entre outros. Mas não é apenas com famosos que o projeto caminha. Pessoas anônimas também são muito estimadas e bem-vindas.
— Feito tatuagem é um projeto visual absolutamente diverso. Ele é totalmente inclusivo e aberto para contemplar o máximo possível de pessoas, histórias e narrativas. Cada pessoa tem a liberdade para escolher uma palavra que tenha sentido para si. Aí entra a Louise que escreve a palavra no rosto e/ou corpo e eu faço o retrato — comenta Sergio.
Ele conta que a ideia nasceu num momento onde o Brasil estava vivendo uma fase política devastadora, censurando e proibindo artistas. E foi essa a fagulha necessária para que a dupla de amigos criassem uma plataforma diretamente na pele de quem seria fotografado. E o mais improvável, usando apenas a palavra. O trabalho já ganhou cinco exposições em São Paulo e muitas repercussões positivas pelo mundo. Desde então, personalidades famosas e anônimos se entrelaçam numa trama visual para contar histórias múltiplas, que surpreendem e marcam o olhar de quem esbarra com retratos fortes e contundentes. Breve o projeto vai ganhar mais uma exposição e também virará um livro. O sonho da dupla é fotografar a atriz Fernanda Montenegro.
— Cada pessoa que é convidada escolhe a palavra que deseja, e a gente não repete essa palavra em outros ensaios. Muitas vezes a pessoa já chega com a palavra escolhida. Por exemplo, a Fátima Bernardes queria a palavra “Encontro”, pois marcava os 10 anos do programa. Fizemos uma atriz indígena chamada Lian Gaia, que escreveu “floresta” no corpo, bem na semana em que o Pantanal estava pegando fogo. Quero dizer, é um projeto pop, que reúne famosos, sim, mas também transita pelo anônimo. Por questões extremamente urgentes — ressalta o fotógrafo.
Crédito das imagens: Sergio Santoian