Antonio Pitanga dava ainda seus primeiros passos no cinema quando conheceu Léa Garcia. Era o ano de 1959. Ele estava começando a trabalhar em “Bahia de todos os santos” (1960), filme de Trigueirinho Neto (1931-2018), e Lea voltava de Cannes premiada por sua atuação em “Orfeu negro”, adaptação de Marcel Camus (1912-1982) para o musical “Orfeu da Conceição”, de Tom Jobim (1927-1994) e Vinicius de Moraes (1913-1980). Pitanga recordou, a pedido de NEW MAG, alguns dos encontros com a amiga, que nos deixou nesta terça-feira (15), aos 90 anos.
– Eu a conheci em 1959, quando ela estava recém-chegada de Cannes. Estava começando a fazer “Bahia de todos os santos”, e ela me recebeu de braços abertos. Ali começou uma amizade infinita – recorda Pitanga, ressaltando em seguida: – O momento é de dor, mas é importante festejar a vida da Léa Garcia. Falar de Léa é falar de Luz.
Os dois atores e amigos viriam a trabalhar juntos em “Ganga zumba” (1964), longa de Cacá Diegues. Estabeleceu-se ali uma amizade corroborada ao longo dos anos. O reencontro profissional não tardaria e seria na TV, mais exatamente na novela “O homem que deve morrer” (1971), de Janete Clair (1925-1983) e primeira novela exibida a cores pela TV Globo.
Muitos outros encontros se sucederam, na TV, no cinema e na vida. E a amizade e o respeito entre os atores só se intensificou. Para Pitanga foi um privilégio privar da amizade daquela que é para ele uma referência:
– Não a perdi de vista em nenhum momento. A Lea foi para mim foi uma referência, um conforto na minha carreira, muito forte para mim e para tantos atores negros. Que Deus ilumine o caminho da Léa e que ela siga pelo caminho da luz. Descanse em paz, Léa Garcia.