‘Falar de Léa é falar de luz’

agosto 15, 2023

Léa Garcia tem seu legado comentado por Antonio Pitanga em depoimento exclusivo para NEW MAG

Antonio Pitanga dava ainda seus primeiros passos no cinema quando conheceu Léa Garcia. Era o ano de 1959. Ele estava começando a trabalhar em “Bahia de todos os santos” (1960), filme de Trigueirinho Neto (1931-2018), e Lea voltava de Cannes premiada por sua atuação em “Orfeu negro”, adaptação de Marcel Camus (1912-1982) para o musical “Orfeu da Conceição”, de Tom Jobim (1927-1994) e Vinicius de Moraes (1913-1980). Pitanga recordou, a pedido de NEW MAG, alguns dos encontros com a amiga, que nos deixou nesta terça-feira (15), aos 90 anos.

– Eu a conheci em 1959, quando ela estava recém-chegada de Cannes. Estava começando a fazer “Bahia de todos os santos”, e ela me recebeu de braços abertos. Ali começou uma amizade infinita – recorda Pitanga, ressaltando em seguida: – O momento é de dor, mas é importante festejar a vida da Léa Garcia. Falar de Léa é falar de Luz.

Os dois atores e amigos viriam a trabalhar juntos em “Ganga zumba” (1964), longa de Cacá Diegues. Estabeleceu-se ali uma amizade corroborada ao longo dos anos. O reencontro profissional não tardaria e seria na TV, mais exatamente na novela “O homem que deve morrer” (1971), de Janete Clair (1925-1983) e primeira novela exibida a cores pela TV Globo.

Muitos outros encontros se sucederam, na TV, no cinema e na vida. E a amizade e o respeito entre os atores só se intensificou. Para Pitanga foi um privilégio privar da amizade daquela que é para ele uma referência:

– Não a perdi de vista em nenhum momento. A Lea foi para mim foi uma referência, um conforto na minha carreira, muito forte para mim e para tantos atores negros. Que Deus ilumine o caminho da Léa  e que ela siga pelo caminho da luz. Descanse em paz, Léa Garcia.

Antonio Pitanga, Léa Garcia e Cartola  em uma cena de “Ganga Zumba”, filme de Cacá Diegues

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