Fafá de Belém canta suas raízes paraenses desde sua estreia no mercado fonográfico, em 1976, com o disco “Tamba-tajá”. Conciliando o regionalismo com um faro apurado para novidades, Fafá foi pioneira ao gravar estilos como a lambada e nomes como Chitãozinho e Xororó. Ao longo dos anos, estreitou laços com Portugal, recebendo de seus fãs naquele país o título de “Cantora brasileira mais portuguesa do Brasil”.
Pois a artista sobe, neste fim de semana (07 e 08 de janeiro), ao palco do Sesc Pompeia, em São Paulo, para apresentações que terão para ela um propósito especial: juntar, no palco, os elos entre sua Belém natal e Portugal, país que é sua segunda casa há 35 anos.
Acompanhada pelos músicos Luiz Karam (piano) e Ricardo Araújo (guitarra portuguesa), ela vai passear por temas que tiveram grande repercussão nas rádios e nas trilhas de novelas, casos de “Abandonada” e “Coração agreste”, além de reavivar canções gravadas no LP “Meu fado”, lançado originalmente pela Som Livre em 1992, como a clássica “Nem às paredes confesso”.
Fafá é aquele tipo de cantora que pode cantar o bem quiser. Por ocasião da morte de Gal Costa (1945-2022), ela postou numa rede social uma foto em que aparece com Gal e outras colegas com a legenda: “Saudade do tempo em que não perguntavam qual era o nosso estilo. Nosso estilo era a música”. O tempo passa e uma coisa é certa: estilo e autonomia Fafá tem de sobra.
Crédito da foto: Fernanda Gomes