Elegância é, segundo o dicionário, um conceito. E, como tal, é amplo e, portanto, pode ser definido a partir de padrões. A elegância pode estar diante dos olhos, numa peça de roupa ou na combinação feita a partir do conjunto de itens. Ela pode ser grifada ou casual. O comportamento pode dizer muito sobre elegância. O trato com o outro, sobretudo pelo respeito. A discrição pode ser um sinal de elegância.
O conceito de elegância é vasto. NEW MAG pediu a profissionais ligados a esse padrão que listassem dez mulheres e dez homens que representassem o que é ser elegante. E aqui estão dez mulheres, de diferentes áreas, gerações e etnias, que personificam o conceito – da acepção mais clássica à sua amplitude de significados. Num país como o nosso, onde a deselegância andou latente nos últimos anos, a tarefa pode ter parecido fácil, mas não. Há belos exemplos, no Brasil e no mundo, a serem celebrados. Chegar às dez mulheres que aqui estão, creiam, não foi fácil.
Fernanda Montenegro, atriz
Dona Fernanda não gosta de ser tratada como diva. Tal recusa é, além de um sinal de humildade, um dos muitos gestos que fazem da querida atriz um exemplo de elegância. Fernanda dedicou sua vida à arte de interpretar e, com isso, é uma das nossas maiores atrizes. Sua importância vai além do teatro. Ela é um patrimônio vivo da nossa Cultura.
Costanza Pascolato, empresária e consultora de moda
O idioma francês tem um termo que se aplica bem a Costanza Pascolato: connaisseur. Seu conhecimento sobre moda, vestuário, boas maneiras e gastronomia, entre outros tantos temas, fazem dela mais do que uma (grande) conhecedora; uma referência no quesito elegância.
Antonia Frering, atriz
Elegância é hereditária? No caso de Antonia Frering, sim. Filha de Carmen Mayrink Veiga (1917-2017), padrão, por longos anos, de elegância no Brasil, Antonia herdou a beleza da mãe e coloca em prática a educação e a cordialidade que foram também marcas da mãe. Antonia é a prova cabal daquele ditado que diz que “quem sai aos seus não degenera”.
Andrea Dellal, ex-modelo
Andrea Dellal iniciou a carreira de modelo em Londres, aos 18 anos no início dos anos 1970. Na ocasião, ganhou da modelo norte-americana Pat Cleveland o apelido de “Rio”, numa alusão à capital fluminense, onde nasceu. O fato inspirou música e a carreira de modelo fez de Andrea referência de elegância em bíblias da moda como a “Vanity Fair”. As passarelas ficaram para trás, e ela seguiu sua vida, sempre de forma solar e exuberante – como o Rio, aliás.
Marina Lima, cantora e compositora
Ao longo de 43 anos de carreira, Marina ajudou, através de sua arte, a fazer um país. Ela quebrou tabus, mudou conceitos, derrubou preconceitos, ampliou a voz das mulheres e nos deu uma sociedade mais esclarecida. Sob os holofotes ou na sua intimidade, Marina é puro charme – o charme do mundo.
Lília Cabral, atriz
Ela é aquele tipo de atriz que sempre soube ver nos detalhes as oportunidades para crescer na profissão. Hoje, é referência e não só como atriz. Sim, Lilia Cabral é detalhista e não são poucos os detalhes que fazem dela elegante. E nisso estão incluídos, sobretudo, a ética com que lida com a profissão como na discrição com que conduz a vida pessoal.
Vera Lafer, bailarina
Bailarinas são, comumente, associadas à elegância. Seja pelo porte adquirido pelos anos de profissão ou pela disciplina que levam para outros campos da vida. Vera Lafer traz as duas coisas e mais: tem o dom de tornar real aquilo que sonha. Empreendedora, é uma mulher cujo empenho vai além da dança e a coloca como uma importante realizadora cultural do país. Isso sem falar no seu bom gosto, notório a partir das roupas que veste, todas de grandes nomes como Issey Miyake.
Taís Araújo, atriz
Aguerrida é um adjetivo que define bem a atriz. Se não fosse por sua perseverança e força de vontade, Taís não teria chegado aonde chegou, sendo a primeira atriz negra a protagonizar novelas em duas emissoras diferentes. Ela faz bonito em todos os tapetes vermelhos de grandes eventos e conquistou protagonismo em outras áreas da vida. Com isso, deu empoderamento a outras tantas mulheres negras. Um exemplo de luta e de como a elegância precisa estar nas atitudes – pelos outros, sobretudo.
Lala Rudge, empresária e influenciadora
O termo influenciador tomou conta do mundo e se espalhou. Hoje, há influenciadores para tudo. Alguns (bem poucos) chamam atenção pela elegância. É o caso de Lala Trussardi Rudge Khouri. Popularmente conhecida como Lala Rudge, ela conquistou seu lugar como influenciadora mostrando que refinamento vem de berço e que pode ser muito bem aplicado quando aliado aos recursos tecnológicos, indispensáveis à vida moderna.
Margareth Padilha, estilista
Não à toa, a estilista deu a sua grife o nome de “Íssima”. O superlativo vem muito bem a calhar quando se trata de Margareth Padilha. Elegantíssima é um epíteto que a traduz. E ele vai além da moda. Sua sofisticação é evidente a cada aparição pública, seja num evento social ou num lançamento de moda. Sua dedicação e o conhecimento levaram-na a integrar a Academia Brasileira de Cultura (ABC), onde a moda – expressão artística valiosíssima – não poderia estar melhor representada.
O júri:
Lenny Niemeyer, estilista e empresária
Professor Carlos Alberto Serpa, presidente da Fundação Cesgranrio
Liège Monteiro, empresária e promoter
Christovam de Chevalier, jornalista e editor do NEW MAG
