‘Estou nascendo com este disco’

fevereiro 1, 2025

Zeca Baleira assina a produção do álbum em que a elogiada Daíra lança-se enfim como compositora

Basta ouvir uma apresentação da cantora Daíra para saber que a sua performance vocal é mesmo inquestionável. Como intérprete, ela projetou-se com o álbum “Amar e mudar as coisas” (2017), em que recria parte do cancioneiro de Belchior (1946 – 2017). Mas agora a niteroiense vem diferente, lançando o seu quarto álbum, intitulado “Nada de se matar ou morrer de amor”, o primeiro com composições próprias. A produção foi feita por Zeca Baleiro e sai pelo selo Saravá Discos. 

Capa do novo álbum

— Com a minha melhor voz, na minha melhor fase, considero que estou nascendo junto com este disco, porque nasce também uma nova compositora. Junto com a visão atenta do Zeca sobre o que poderia ser esse disco, e o que se tornou — destaca a artista, já considerada uma das representantes da MPB desta nova geração. 

Depois de dar voz a compositores — ela também já apresentou shows com repertório de Caetano Veloso e volta a cantar Belchior nos Blue Note de Rio e São Paulo nos dias 6 e 11 de março, respectivamente — este disco traz o tema do empoderamento feminino para ela. Faixas com títulos como “Como Frida Kahlo não me calo” e “Deus é mulher” corroboram esta avaliação. 

Já Zeca Baleiro entrou no projeto depois de dar ouvidos ao empresário de Elba Ramalho, Alexandre Valentim, que costumava dizer que ele deveria fazer algo com Daíra. Então o maranhense convidou-se para produzir este trabalho. 

— Fui descobrir o lado compositora dela e fiquei mais encantado ainda. Conheci a Daíra por meio do disco “Amar e mudar as coisas”, e achei muito bonito, muito intenso. Algo nela me lembrou a chegada da Cássia Eller (1962 – 2001) — avalia Zeca, mostrando sua percepção afiada, já que o disco citado foi produzido por Rodrigo Garcia, violonista e velho parceiro de Cássia, que hoje também cuida do legado da cantora. 

Mas para o trabalho atual ela vem também com um time de peso. Há participações de nomes como Zé Ibarra, Lola Parda (da dupla argentina Perotá Chingó), Andréa Bak, Lucas Fidelis, além do próprio Zeca. Com exceção do ex-Bala Desejo, os demais também assinam composições do álbum juntamente com ela. Há ainda parcerias com Diana Manacá, Carluiz Saboia, Augusto Feres e João Mantuano

Créditos: Danilo Perelló (texto) e Karina Burigo (fotos)

Posts recentes

Elas vão longe

Anttónia e Ana Morais, filhas de Gloria Pires, apresentam-se em show com canja do pai, Orlando Morais

Clássico mutante

A cantora Rebeca Sauwen, revelada no “The voice Brasil”, lança versão em bossa nova para famosa canção de Rita Lee