Atenta às novidades relacionadas à vida social e cultural no Rio de Janeiro, noticiadas sempre com elegância, a jornalista Lu Lacerda tem com a escrita uma relação profícua que a leva agora a uma nova seara: a da ficção. Autora das coletâneas “Tudo que eu já fiz por dinheiro” e “131 posições sexuais – O sexo na visão de 131 personalidades”, ambos com depoimentos sobre os respectivos temas, ela lança seu primeiro romance, “Saudade não viaja bem” (Record). A noite de autógrafos é segunda-feira (15), a partir das 18h, na Livraria Argumento, no Leblon, Zona Sul do Rio.
Maria Clara é a personagem central da trama, ambientada em dois tempos: na clínica onde a personagem se submete a um aborto, feito de forma clandestina, e as reminiscências da infância na fazenda, onde teve de lidar logo cedo com idiossincrasias familiares que a levariam a deixar o local.
A escrita ficcional trouxe um desafio a mais para a autora, que precisou revisitar antigos fantasmas e ressignificar traumas. E tudo isso foi encarado com coragem, uma das marcas da jornalista.
– Quanto aos traumas, quem disse que os superei? – responde ela, com leveza, ao NEW MAG, comentando em seguida sobre o resultado da escrita: – Todo primeiro romance tem muito da vida do autor, mas o livro é de ficção. E o processo da escrita não deixa de ser libertador.
A estreia da jornalista é saudada com entusiasmo por Rodrigo Lacerda, editor-executivo do grupo Record, na orelha da edição: “Há romances de estreia que não parecem romances de estreia. É o caso de Saudade não viaja bem. Sua voz narrativa conduz a história com tanta fluência que mesmo escritores tarimbados teriam trabalho para atingir igual frescor e autenticidade”.
Autenticidade é o que Lu Lacerda tem de sobra. Que venham mais estórias!
Crédito da imagem: Bruno Ryfer