O ano de 2020 estava ainda no começo quando “Eu, Romeu”, solo do ator Marcos Camelo, estreou no Rio. A proposta era tratar de duas tragédias distintas: a do personagem de Shakespeare, que se apaixona por alguém da família rival à dele; e a de um ator que enfrenta as agruras de viver no subúrbio do Rio de Janeiro. Eis que outra tragédia se fez presente, teatros precisaram ser fechados e a rota da peça acabou desviada.
Em cena, à tragédia do jovem apaixonado de Verona juntam-se elementos dos subúrbios cariocas, onde o CEP determina os acontecimentos na vida de um indivíduo e o tamanho de suas conquistas. “Eu, Romeu” volta aos palcos, dois anos após estrear, chegando agora em São Paulo. O solo ocupa a Sala Augusto Boal do Teatro de Arena Eugênio Kusnet, onde pode ser vista até o dia 29, de sexta a domingo.
– O espetáculo traz o desafio de um teatro vivo, interessado em tocar as pessoas, proporcionando uma experiência intima e pessoal, ultrapassando a facilidade do individualismo que aflige a todos nos dias atuais – explica o artista que leva à encenação elementos circenses e musicais.
Crédito da imagem: Silvia Patrícia