Um é carioca. O outro, mineiro. Ambos jogaram a caretice para escanteio e, assim, tornaram-se referências na moda. Um nos anos 1980; o outro, na década seguinte. Estamos falando de Luiz de Freitas e Ronaldo Fraga. Os dois, creiam, ainda não se conheciam e tiveram finalmente a oportunidade de papear na última terça-feira (10).
Fraga veio ao Rio num esquema vapt-vupt participar, juntamente com Freitas, de bate-papo na Pulsa, a multimarcas de luxo de Paula Furtado. A conversa foi comanda pelos jornalistas Sérgio Zobaran e Alexandre Schnabl, este atuando também como diretor criativo da Frankie Amaury, marca reavidada pela estilista Renata Veras.
E a conversa foi muito mais talk do que show (amém!) e declarações comovidas e comoventes não faltaram, como a feita por Fraga, que deu a Freitas o mesmo grau de importância de Zuzu Angel (1921-1976), estilista que fez a cabeça do designer mineiro.
– Luiz é mais que um carioca. É um dos nomes mais importantes da moda brasileira e mundial, assim como Zuzu Angel, única quando falou de política na roupa, assim como Vivienne Westwood – comparou o estilista sem meias palavras.
O caráter vanguardista de suas criações foi corroborado pelo próprio artista carioca, que declarou nunca ter dado bola para o preconceito:
– Na minha loja, em Ipanema, recebia feliz clientes do mundo inteiro que queriam se vestir de uma nova forma, mais divertida, mesmo com madames mostrando surpresa por eu ser preto e haters alegando que eu fazia roupa para gay. Não dava bola
Crédito das imagens: Leo Marinho