“Paris é uma festa”. A célebre frase, cunhada por Ernest Hemingway (1899-1961), não foi dita da boca para fora. A capital francesa era então moradia dos mais importantes nomes da Literatura, das Artes Plásticas, da Música e da Dança, entre outras expressões artísticas. Paris é também um espetáculo. E, como tal, uma festa – para os olhos. Novo espetáculo da Studio3 Cia. de Dança, “Paris” marca o primeiro trabalho desenvolvido para a companhia por dois dos maiores criadores da cena contemporânea: o encenador Jorge Takla e o coreógrafo Anselmo Zolla. O espetáculo faz única apresentação segunda-feira (27), às 20h, no Theatro Municipal de São Paulo.
Takla e Zolla já haviam trabalhado juntos em importantes (e elogiados) espetáculos do encenador como “Sonho de uma noite de verão”, de Shakespeare, e no musical “Jesus Cristo superstar”, mas é a primeira vez que os amigos concebem algo para a Studio3, das mais respeitadas e aplaudidas companhias de dança do país e da qual Zolla é o diretor coreográfico.
E a dupla joga luz sobre a Paris que fascinou Hemingway por reunir grandes nomes das artes do século XX. Em cena, os 13 bailarinos da companhia personificam nomes como os dos bailarinos Nijinsky (1889-1950) e Isadora Duncan (1877-1927), a revolucionária estilista Coco Chanel (1883-1971) e os compositores Stravinsky (1882-1971) e Cole Porter (1891-1964), entre muitos outros, aludidos através dos figurinos do craque Fábio Namatame.
– A Studio3 Cia. de Dança tem como característica sempre trabalhar com um diretor cênico convidado. Sempre quis muito que o Takla viesse trabalhar conosco. Poder mergulhar nessa viagem, conhecer melhor esse universo permeado por grandes artistas em um trabalho muito delicado, com muita pesquisa e afinco, para mim, como coreógrafo criador é um presente e um privilégio –festeja Zolla.
Em se tratando do reencontro entre dois grandes amigos, todo o entorno tem de estar à altura dos criadores. Ao cenário, de proporções monumentais, são acrescidas projeções assinadas por Ronaldo Zero que casam perfeitamente com a iluminação de Joyce Drummond. Outro casamento consumado é entre as coreografia de Renata Pati e a direção musical de Felipe Venancio.
A alegria por poder trabalhar pela primeira vez com a Studio3 é celebrada por Takla, que destaca a sólida formação dos bailarinos e o afinco com que se entregam ao trabalho:
– Todos os bailarinos têm uma sólida formação técnica clássica e contemporânea e uma maturidade na vivência artística.
E esse encontro entre talentos tem de ser celebrado. E nada melhor do que um espetáculo para tanto. Ou seria uma festa? Não importa. Como imortalizado em outra frase célebre, “sempre teremos Paris”.
Crédito da imagem: Leandro Menezes