A emoção deu o tom no Show de Verão da Mangueira, na noite da última quarta-feira (31), no Rio de Janeiro. Dentro e fora do palco. Ao voltar à noite ao Vivo Rio, onde ensaiara à tarde, Chico Buarque, um dos astros da noite, foi ao camarim da Velha Guarda da Verde e Rosa. Ali, foi prontamente recebido pelos baluartes em coro cantando “Chico Buarque da Mangueira”, samba-enredo campeão no Carnaval de 1998.
Não, os integrantes da escola não estavam para brincadeira. Ninguém ali, aliás. E o elenco foi reforçado pelo brilho de Alcione, a grande homenageada da noite, Fernanda Abreu, Xande de Pilares, Dudu Nobre e Pretinho da Serrinha, diretor musical da apresentação.
Chico foi recebido no palco por Fernanda Abreu. Nossa eterna garota carioca swing sangue bom cantou sambas do seu repertório como “O escurinho”, de Geraldo Pereira (1918-1955). Chamado ao palco, Chico interpretou clássicos de compositores ligados à escola, como “Folhas secas”, de Nelson Cavaquinho (1911-1986), e do seu próprio cancioneiro, como “Meu guri” e “Sob medida”.
O bolero foi, aliás, a deixa para Alcione, cujos 50 anos de carreira são celebrados no enredo deste ano, entrar em cena. Nossa grande cantora não deixou pedra sobre pedra ao elencar alguns de seus grandes sucessos como “A loba”, “Sufoco” e “Você me vira a cabeça”.
E, como não poderia faltar em se tratando de Alcione, a clássica “Não deixa o samba morrer”, lançada por ela em 1975 (e eternizada desde então), fechou a apresentação, com a artista sendo acompanhada pela bateria da escola.
Como já cantado por Nelson Sargento (1924-2021), o samba agoniza, mas não morre. E no que depender desse elenco estelar, não há de morrer nunca.
Crédito das fotos: Ricardo Nunes
