Madureira, Zona Norte do Rio de Janeiro. Bem ali perto, no bairro do Campinho, nasceu a grande dama da dramaturgia brasileira, Fernanda Montenegro. No último domingo (20), a atriz retornou ao subúrbio carioca para celebrar os dez anos de abertura da Arena Carioca Fernando Torres, espaço cultural que leva o nome daquele que foi seu marido, ator e dramaturgo. No lugar em que guarda lembranças da infância, ela recordou o amor que ficou ao seu lado por mais de 60 anos.
— Sou filha dessa região. Nasci na Rua Alaíde, saindo ali na Praça Patriarca. Fiz meu primário na Pinto Teles. Nesse bairro, vi os anos 1930 com muita chácara, árvores, um bonde cruzando. Voltar aqui hoje é muito bonito. Essa área tem o nome do Fernando. São anos que ele se foi, mas continua vivo — contou a artista, emocionada no palco.
Fernanda fez a leitura dramatizada do texto “Nelson Rodrigues por ele mesmo”, que também completa uma década que começou a ser feita. Ela relembrou que esse trabalho surgiu por acaso, de uma peça na qual seria a diretora mas que acabou não dando certo.
— Tínhamos um pequeno investimento, quisemos devolver, mas disseram que eu desse um jeito. Li para poder constar que eu trabalhei e paguei com meu trabalho o investimento em torno de um espetáculo que teria cenário. Faço isso há dez anos. Foi por acaso, mas deu certo — disse a atriz.
A equipe da Conspiração Filmes acompanhou a ida da artista ao teatro, localizado no interior do Parque Madureira. Fernanda terá sua vida contada em um documentário que está em produção.
Crédito das imagens: Cristina Granato