A comunicação não é somente uma vocação. Ela é também um dom. No caso de Silvio Santos, mais do que isso: uma predestinação. Poucos comunicadores conseguiram a empatia de falar tão diretamente com o telespectador brasileiro. O público acostumou-se, ao longo de mais de cinco décadas, àquela presença que, a cada fim de semana, adentrava as casas sem se fazer de rogado – e tal característica passava ao largo da personalidade cativante do empresário e apresentador. Silvio sai de cena neste sábado (17), aos 93 anos, sem com isso sair do coração do público, seu principal interlocutor na TV.
Silvio Santos não deixou somente uma marca no brasileiro comum. O apresentador conquistou também o respeito e a admiração de seus colegas de profissão, inclusive os de outras emissoras que não a TVS, inaugurada em 1976 e transformada em rede em 1981, quando tem seu nome trocado para SBT.
NEW MAG ouviu, na manhã deste sábado, três nomes relevantes da televisão que apontam para as características que fazem de Sílvio Santos único no ofício que abraçou. São eles Roberto D’Ávila, apresentador e diretor do “Programa Roberto D’Ávila, da GloboNews; Cissa Guimarães, apresentadora do “Sem Censura”, da TV Brasil, e o jornalista e escritor Edney Silvestre, que esteve à frente de importantes atrações do Jornalismo da TV Globo.
– Sílvio Santos era um comunicador extraordinário. Um talento natural e único no país – destaca DÁvila do alto de mais de cinco décadas de colaboração ao jornalismo e à TV brasileira, tendo atuado em diferentes emissoras como Bandeirantes e a extinta TV Manchete.
Essa singularidade é corroborada pelo jornalista Edney Silvestre, que aponta para dois fatores que mais chamam a sua atenção:
– Destaco o abraço à estética popular e sua profunda compreensão das marés da Comunicação de massas.
Essas duas características encontram eco na atriz e apresentadora Cissa Guimarães, que ressalta a dedicação ao entretenimento como uma das marcas do apresentador.
– O que fica do Silvio Santos é o amor ao seu trabalho e a dedicação ao entretenimento. Ele era um guerreiro – arremata ela.
Um guerreiro que encontra, aos 93 anos, o merecido descanso para uma vida dedicada à arte de entreter. Silvio Santos ajudou a tornar mais leve a rotina massacrante de milhares de brasileiros que encontravam, nas tardes dominicais, o elixir da alegria.