‘Ele é o humor brasileiro’

janeiro 13, 2025

Nos 90 anos de Renato Aragão, nomes de outras gerações do humor brasileiro celebram o artista

No Brasil, é difícil encontrar alguém que não tenha doces lembranças de risadas provocadas por Renato Aragão. Seu Didi Mocó atravessa diferentes gerações e classes sociais. E também não é diferente na classe artística. Muitos dos comediantes brasileiros beberam em sua fonte. Nesta data querida em que nosso trapalhão completa 90 anos, alguns desses artistas celebram sua vida e sua arte. 

Em depoimento exclusivo ao NEW MAG, Marcos Veras lembrou como Renato marcou a sua infância e também foi generoso nos momentos em que encontraram-se pelo caminho. O ator fez participações em “A turma do Didi”, no início de sua carreira na TV, além de atuar no filme “Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood”, de 2017. 

 — Tive o prazer de ver ao vivo sua genialidade, seu improviso e sua generosidade, porque ele foi muito legal comigo. Depois eu fiquei sabendo que ele era meu fã, porque ele me disse que via os meus quadros no “Encontro com Fátima”, entre 2012 e 2013, e adorava. Ele foi algumas vezes ao programa e me elogiou. Renato Aragão é o nosso Chaplin (1889 – 1977), o nosso palhaço e o nosso circo. Ele é o humor brasileiro, da ingenuidade, do sarcasmo e do deboche. Renato conseguiu passear do humor mais anárquico e debochado para a época ao mais infantil e ingênuo — avalia Veras. 

Outro artista que reverenciou o trabalho de Renato é Lucio Mauro Filho, ator e músico que se destacou no humor desde o início da carreira, tal como seu pai, Lúcio Mauro (1927 – 2019), outro artista longevo da comédia brasileira. 

Nas redes sociais, Lucio publicou uma mensagem carinhosa ao mestre. 

“O genial mestre Renato Aragão completa 90 anos! Sua influência na comédia audiovisual brasileira abriu os caminhos para todos nós que trabalhamos com humor. Didi Mocó é um dos maiores personagens da nossa teledramaturgia. Obrigado por tudo, Renato!”, destacou ele. 

A tal influência de Renato atinge também outros trabalhadores das artes cênicas do Brasil. Veras explica como a arte do Trapalhão faz parte de suas vidas até nos mínimos detalhes. 

— Tenho um grupo de WhatsApp chamado Diplomatas, em que sou eu e mais alguns amigos roteiristas, autores, diretores e comediantes. Curiosamente uma vez eu dividi com ele a origem deste nome. Veio de uma esquete que Renato fazia com o Tião Macalé (1926 – 1993) e com o Mussum (1941 – 1994). Ele interpretava um garçom que chegava e falava: “Olá, diplomatas!” e “Olá, engenheiros!”. A gente é louco nessa esquete, porque era muito anárquica, muito engraçada e torta para a época, se fizermos essa relação com o hoje. Então colocamos esse nome em sua homenagem. Todo o meu respeito e viva Renato Aragão! — conclui ele. 

Recentemente, Renato também contou ao NEW MAG sobre sua longevidade e sobre os novos planos. Leia a entrevista completa aqui.

Crédito da imagem: Divulgação

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