‘E se o Bituca tivesse ganhado?’

fevereiro 3, 2025

Francis Hime, Simone e Ney Matogrosso comentam a gafe cometida com Milton Nascimento pela organização do Grammy

A importância de Milton Nascimento para a música vai para muito além dos limites geográficos do Brasil. O cantor e compositor de 82 anos já  foi merecidamente reverenciado por alguns dos mais importantes intérpretes e instrumentistas do jazz, do soul e do cenário pop internacional. Sarah Vaughan (1924-1990), Wayne Shorter (1933-2023) e o produtor Quincy Jones (1933-2024) são apenas alguns desses nomes.

Outro é o da baixista e cantora estadunidense Esperanza Spalding. Tanto que ela e Milton gravaram juntos “Milton + Speranza”, álbum que concorreu ao Grammy na categoria Melhor Álbum Vocal de Jazz. Ambos os artistas compareceram à cerimônia, na noite do último domingo (02), em Los Angeles. Porém…

Somente Esperanza teve acesso ao salão da cerimônia. A cantora levou consigo uma imagem do cantor com a inscrição: “This living legend should be seated here (Esta lenda viva deveria estar sentada aqui).

NEW MAG procurou três grandes nomes da nossa música, todos eles ligados a Milton, para comentarem o episódio. São eles simplesmente Simone e Ney Matogrosso, intérpretes contumazes das canções do mestre, e Francis Hime, compositor e arranjador que já participou de álbuns de Milton. Todos eles reiteram a importância do compositor mineiro para a música.

– Nada justifica o tratamento dado ao Bituca – lamenta Simone chamando atenção à relevância do artista: – Milton é um artista de 82 anos que já foi gravado e homenageado pelos mais importantes artistas do mundo e nada justifica o ocorrido.

Comumente avesso a polêmicas, Ney une sua voz à da também sempre discreta Cigarra quanto a importância de Milton e ao respeito a ele devido.

– Milton é enorme na música, inclusive na americana – concorda o cantor criticando a falta de traquejo da organização: – Coisa de gente ridícula.

Da mesma geração da de Milton, Francis joga luz sobre a importância de uma justificativa ser apresentada pela academia responsável pela premiação.

–Qual a explicação dada pelos organizadores? E se o Bituca tivesse ganhado? – rebate o grande compositor.

As respostas são aguardadas pelo Milton e por todos nós, brasileiros.

Créditos: Christovam de Chevalier (texto) e reprodução (instagram)

 

Posts recentes

‘Seremos todos presos’

Luís Salém fala de Eugênio, seu personagem no remake de “Vale tudo”, e lembra da ousadia de “Subversões”, show de humor criado há 35 anos