Sempre que um craque da bola envolve-se em algum imbróglio com uma garota de programa, tal profissional acaba sendo designiada como “modelo” pela grande imprensa. Tal expediente veio à baila neste episódio recente envolvendo o jogador Neymar. Indignado com a questão, Anderson Baumgartner, empresário responsável por gerir no Brasil as carreiras de modelos internacionais, manifesta seu repúdio ao uso indevido da palavra modelo. O desabafo, postado nas suas redes sociais, tem sido replicado por nomes do próprio segmento e por profissionais de outras áreas.
– Tenho lido matérias com a chamada: ‘a modelo recebeu tantos milreais para fazer sexo com fulano’. Então, ela não exerce a profissão de modelo. Ou seja, aos que dão este pronome, por favor, parem. Tudo bem em colocar ‘garota de programa’, que é o que ela é. Ela exerce esta profissão e está tudo bem, só é preciso denominar corretamente – protesta o empresário, há mais de 18 anos no ramo da moda, que contemporiza: – Há muito tempo referem-se na mídia a garotas de programa como modelo. Muitas também se denominam assim. A culpa é da falta de apuração.
O empresário elenca uma série de pré-requisitos fundamentais ao exercício da profissão de modelo, que é regularizada como outras tantas exercidas no país:
– Para ser modelo profissional, a menina, o menino precisa ter DRT, precisa fazer editoriais de revistas, campanhas, desfiles, catálogos de moda, e-commerce. Isso é trabalhar de fato nesta indústria como modelo, vendendo produtos, roupas, cosméticos…
Atuante no segmento desde a década de 1990, o empresário criou sua agência, a Way Models, em 2007. E acompanhou de perto uma série de mudanças em relação à estigmatização que existia em relação à profissão de modelo no país.
– Em 1998, quando comecei a trabalhar com top models em São Paulo, isso era uma forma preconceituosa de tachar a profissão das modelos genuínas. Mães e meninas tinham receio do mercado da moda. Então existe todo um trabalho da indústria, que é muito importante para a economia brasileira, de profissionalização e quebra de estigmas – arremata ele.
Créditos: Christovam de Chevalier (texto) e WAY Models (imagem)