Pedro Freire tinha 18 anos quando assistiu a “Faces”, de John Cassavetes (1929-1989). Aquele primeiro contato com uma obra do diretor norte-americano foi crucial para o jovem. Pedro achava que seria diretor teatral e, ali, caiu a ficha de que seu futuro seria o cinema. E a decisão foi de fato assertiva. Tanto que, 25 anos depois, ele vê seu filme de estreia chegar ao mais importante festival de cinema dos EUA.
Sim, “Malu”, filme de estreia de Pedro Freire, será exibido, a partir deste domingo (21), no Festival de Sundance, um dos cinco principais eventos de cinema do mundo. O longa é a única produção brasileira na World Cinema Dramatic Competition, mostra na qual concorre com nove longas de outras partes do mundo. E o mais legal: das quatro sessões abertas ao público, três estão com ingressos esgotados.
– É uma alegria imensa estrear meu primeiro longa-metragem como diretor no festival de Sundance, que teve um enorme impacto na minha cinefilia desde jovem e sempre projetou para o mundo filmes independentes – celebra o brasileiro, que vai acompanhar as exibições em Park City.
O longa, cujo roteiro é também assinado por Pedro, é estrelado pelas talentosas Yara de Novaes, que vive o papel-título, e por Carol Duarte, que interpreta a filha da personagem central. O filme é realizado pela TV Zero e pela Bubbles Project, com apoio da RioFilme.
– Venho de uma família de atores, então, desde muito cedo, decidi que queria dirigir atores. Primeiramente pensei que deveria dirigir teatro, porque achava que o cinema era muito técnico e não dava tanta atenção à atuação – arremata o cineasta, achando graça do pensamento de então.
Um viva a John Cassavetes!