Divinas divas

setembro 16, 2024

As cantoras Simone e Adriana Calcanhotto são homenageadas pelo jornalista Christovam de Chevalier em novo livro de poesia

O crítico musical Mauro Ferreira referiu-se recentemente ao jornalista Christovam de Chevalier como “seguidor de cantoras como eu”. O termo vem bem a calhar quando se trata de Christovam. Ao longo de 20 anos dedicados à profissão, ele mantém sua antena sintonizada no que algumas das nossas mais importantes vozes femininas produzem. Natural que esse olhar resvale também para a outra seara na qual ele atua: a literária.

O jornalista reverencia duas importantes cantoras em seu novo livro, “Da lida do tanto da vida” (7 Letras), com o qual celebra 25 anos dedicados à poesia. As artistas são Simone Bittencourt de Oliveira, ou simplesmente Simone, e Adriana Calcanhotto, homenageadas, respectivamente, com os poemas “Uma voz como a dela” e “Moça da flor encarnada”.

O primeiro texto foi provocado pelos 50 anos de carreira celebrados pela Cigarra em 2023 e traz versos como “Uma voz como a dela\ não é uma voz qualquer \ é prata, pranto, pétrea\ mar na malha de mulher”. E ainda: “A voz dela é o equilíbrio \ entre adágios e adagas\ é brasa, é brisa, é brio\ é chave, chuva, é chaga”.

– Simone me viu crescer praticamente. Ela me conhece desde que eu era “pixotinho”, como ela mesma diz – explica Christovam destacando um fato engraçado: – Quando criança, tinha a petulância de tirá-la para dançar. Imagina a cena: eu, um cotoco de gente, dançando com aquele mulherão com  1,80 de altura (risos).

Já o poema para Adriana alude à canção “A flor encarnada”, apresentada por ela numa ocasião inesquecível para o poeta. Quando os teatros estavam reabrindo ainda durante a pandemia, Christovam e a também poeta Flávia Souza Lima foram a um show de voz e violão da artista. Foi a primeira vez em que o escritor entrava num teatro ainda em tempos de cuidados sanitários.

– Ainda precisávamos usar máscaras, e a plateia não estava toda ocupada, com as pessoas sentadas de forma espaçada. Adriana apresentou ali essa canção tocante, “A flor encarnada”. Ouvi-la ali, naquela situação, foi muito emocionante – recorda-se.

A prudência e o distanciamento não serão colocados em prática nesta terça-feira (17), quando, a partir das 19h, Christovam autografa a obra na Livraria da Travessa de Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ali, os abraços serão permitidos, para alegria do autor e de seus amigos.

MAIS LIDAS

Posts recentes

Extra(s) por favor

Gilberto Gil abre duas novas datas para as apresentações da sua turnê de despedida no Rio de Janeiro

‘Nas cabeças e nas bocas’

Simone reaviva canção de Chico Buarque, imortalizada por ela no cinema, como prévia do registro do show com que festejou 50 anos de carreira

Nobre guerreira

Zezé Motta recebe prêmio na Bahia em reconhecimento a seu ativismo no combate ao racismo no país