Dialética preciosa

abril 25, 2024

Osmar Prado divide a cena com Maurício Machado em espetáculo que marca sua volta aos palcos após dez anos

São dez anos longe dos palcos, habitat dos grandes atores – grandes como ele. E a volta se dá com os merecidos requisitos: o texto de um grande autor e na companhia de um aguerrido – e premiado – colega de ofício. Estamos falando de Osmar Prado que volta à ribalta com “O veneno do teatro”, texto do espanhol Rodolf Sirera no qual divide a cena com Maurício Machado. O espetáculo chega ao Rio de Janeiro no dia 02 de maio, quando estreia no Teatro Firjan SESI Centro, após aclamada temporada em São Paulo e bem-sucedidas  apresentações em Belo Horizonte (MG) e em Brasília.

O texto foi traduzido por Hugo Coelho e chega ao Brasil após ser encenado em 62 países, incluindo versões para  o japonês, o búlgaro e o grego, língua mater do teatro. Escrita nos anos 1970, após a ditadura de Franco (1892-1973), a peça é originalmente ambientada em 1784, pré-Revolução Francesa. Eduardo Figueiredo, diretor da montagem, realça a atemporalidade do texto, optando por ambientar a trama nos anos 1920.

Em um momento com tantas adversidades, em que o homem apresenta sérios sinais de retrocesso e barbárie, a obra de Sirera nos apresenta uma importante reflexão sobre civilidade, poder e até onde pode ir a crueldade do ser humano – explica o diretor.

E o texto propõe uma discussão sobre ética e estética num discurso que acaba por derrubar máscaras de convenções sociais. Tudo isso ambientado pelo violoncelista Matias Roque Fideles a partir da direção musical de Guga Stroeter.

– Trata-se de uma obra interessante com um jogo dialético entre ser e representar. A peça é uma fábula moral, um thriller em torno do que é a arte – reconhece Sirena.

E, no páreo, dois jogadores cujos batimentos refletem o amor que têm pelo ofício que escolheram. Abram-se, então,  as cortinas!

Crédito da imagem: Priscila Prade

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