São dez anos longe dos palcos, habitat dos grandes atores – grandes como ele. E a volta se dá com os merecidos requisitos: o texto de um grande autor e na companhia de um aguerrido – e premiado – colega de ofício. Estamos falando de Osmar Prado que volta à ribalta com “O veneno do teatro”, texto do espanhol Rodolf Sirera no qual divide a cena com Maurício Machado. O espetáculo chega ao Rio de Janeiro no dia 02 de maio, quando estreia no Teatro Firjan SESI Centro, após aclamada temporada em São Paulo e bem-sucedidas apresentações em Belo Horizonte (MG) e em Brasília.
O texto foi traduzido por Hugo Coelho e chega ao Brasil após ser encenado em 62 países, incluindo versões para o japonês, o búlgaro e o grego, língua mater do teatro. Escrita nos anos 1970, após a ditadura de Franco (1892-1973), a peça é originalmente ambientada em 1784, pré-Revolução Francesa. Eduardo Figueiredo, diretor da montagem, realça a atemporalidade do texto, optando por ambientar a trama nos anos 1920.
– Em um momento com tantas adversidades, em que o homem apresenta sérios sinais de retrocesso e barbárie, a obra de Sirera nos apresenta uma importante reflexão sobre civilidade, poder e até onde pode ir a crueldade do ser humano – explica o diretor.
E o texto propõe uma discussão sobre ética e estética num discurso que acaba por derrubar máscaras de convenções sociais. Tudo isso ambientado pelo violoncelista Matias Roque Fideles a partir da direção musical de Guga Stroeter.
– Trata-se de uma obra interessante com um jogo dialético entre ser e representar. A peça é uma fábula moral, um thriller em torno do que é a arte – reconhece Sirena.
E, no páreo, dois jogadores cujos batimentos refletem o amor que têm pelo ofício que escolheram. Abram-se, então, as cortinas!
Crédito da imagem: Priscila Prade