‘Dependemos menos das gravadoras’

junho 21, 2024

Gabriel O Pensador fala sobre carreira, do prazer de dar palestras e de como vê o uso da Inteligência Artificial na música

Gabriel O Pensador é aquele tipo de artista autêntico no que faz. E a forma como se apropriou do hip hop é prova disso.  Suas canções destacam-se por abordar temas sociais e políticos de forma crítica sem nunca perder a leveza. E, ao longo de 25 anos de carreira, ajudou a consolidar o segmento no mainstream da música, abrindo alas às novas gerações de cantores e de MCs. O rapper também é escritor e já ganhou o Jabuti de Melhor Livro Infantil por  “Um garoto chamado Rorbeto”. Recentemente, após uma sucessão de singles, quebrou, como antecipado aqui em abril, hiato de dez anos sem lançar novo álbum. Em entrevista ao NEW MAG, Gabriel rememorou seu início na música, destaca o prazer de fazer palestras e comenta como vê o uso da Inteligência Artificial  na criação artística. 

Você quebrou hiato de dez anos sem lançar um álbum para celebrar seus 25 anos de carreira. Pretende cair na estrada com essa nova leva de canções?

Sim, lancei o “Antídoto pra todo tipo de veneno” depois de um bom tempo lançando só singles e estou em turnê. Esse disco inclui músicas de outros álbuns e, no show, tem um pouco de todo o meu repertório. Também tenho feito palestras, que é algo de que gosto muito também.  Fiquei um período no estúdio trabalhando nesse projeto, mas agora estou bastante na estrada. 

Quais assuntos você aborda nas palestras?

Falo da minha carreira, de literatura e, dependendo do evento, um pouco mais da parte literária, do incentivo à leitura, sobretudo nas feiras literárias, que têm estudantes. Às vezes, calha de falar para professores, quando é um evento de empreendedorismo. Também gosto de mostrar algumas histórias de fãs que são emocionantes e que são ligadas a algumas músicas minhas. São histórias de superação e de transformação e também apresento  depoimentos no telão.

Como foi o início da carreira, quando o hip hop não era tão bem visto pela sociedade?

Foi uma época de altos e baixos, de censura, de abertura de portas. Assim quando comecei no hip hop, ainda era tudo muito desconhecido, era tudo muito novo. Então meu trabalho foi também o de achar caminhos, não só para mim, mas para outros que vieram depois. 

Você acredita que houve uma abertura maior dos últimos anos para cá? 

Sim, a gente está vendo cada vez mais estilos de subgêneros em todas as áreas. O campo da criatividade é infinito, as misturas podem ser feitas e, hoje, as ferramentas também são mais democráticas do que quando comecei. Dependemos menos das grandes gravadoras, existem tantas outras plataformas de divulgação que ainda não existiam, para fazer a música chegar às pessoas. Então, é uma fase boa, uma fase de oportunidades.

Por falar em tecnologia, como você vê o uso de Inteligência Artificial para criação de músicas utilizando a voz de cantores? 

Estamos experimentando “curtir” as ferramentas, as possibilidades tecnológicas, mas espero que a humanidade use a Inteligência Artificial para evoluir, evoluir no conhecimento e na compreensão entre as opiniões diferentes, entre os povos e entre as religiões. Isso sim será um passo à frente. 

Crédito da imagem: divulgação

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