Um dos grandes mestres do balé mundial, Yuri Grigorovich morreu nesta segunda-feira (19), aos 98 anos. O coreógrafo russo foi diretor do Teatro Bolshoi de Moscou de 1964 a 1994, e um dos responsáveis por criar e recriar clássicos como “O quebra-nozes” e “O lago dos cisnes”, a partir das músicas de Tchaikovsky (1840-1893) e “Spartacus”, peça montada sobre as composições de Khachaturian (1903-1978).
O bailarino Thiago Soares prestou sua homenagem ao coreógrafo através de uma publicação em uma rede social. Ele foi o único brasileiro a receber a medalha de ouro no Concurso Internacional de Dança do Bolshoi, entregue pelo próprio Grigorovich. O reconhecimento internacional impulsionou sua carreira. Thiago foi primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres por 16 anos e hoje é um dos principais nomes da dança brasileira no mundo.
“Recebo com profunda tristeza a notícia do falecimento de Yuri Grigorovich, um dos coreógrafos mais importantes e influentes do século XX. Sua obra, marcada por genialidade, ousadia e uma visão transformadora da dança, não apenas moldou o balé, mas também impactou profundamente o mundo da arte e da criação coreográfica”, escreveu.
O bailarino recordou a premiação entregue pelas mãos do coreógrafo russo:
“Tive a honra inesquecível de ser premiado com a medalha de ouro no Concurso Internacional de Dança do Bolshoi, entregue por ele. Esse momento mudou a minha vida. Foi como se suas mãos abrissem para mim as portas de um destino que eu ainda não conseguia imaginar por completo, mas que ele, com sua sensibilidade e olhar de mestre, já intuía.”
Grigorovich, segundo ele, foi uma força criadora de rara potência.
“Grigorovich era mais do que um artista — era uma força da natureza, um arquiteto de emoções no palco, um símbolo da grandeza cultural do seu tempo. Sua partida deixa um vazio imenso, mas seu legado permanece vivo em cada gesto coreografado, em cada bailarino transformado por sua arte. Com gratidão e reverência, me despeço desse gigante, cuja generosidade e visão seguirão me acompanhando por toda a vida”, finaliza.
Crédito das imagens: reprodução (alto) e Lina Nunes
