Coragem pioneira

março 8, 2024

Harvey Mikk, primeiro político a assumir sua homossexualidade nos EUA, inspira peça que chega ao Rio de Janeiro

Quando o termo gay friendly estava longe (anos-luz, diria)de entrar para a linguagem corrente, um político teve a coragem de assumir sua homossexualidade e, com isso, levar ao parlamento norte-americano pautas que acabaram por abrir caminhos para os direitos LGBTQIA+. O político em questão era Harvey Milk (1930-1978), ativista que teve seu mandato interrompido por ter sido assassinado a menos de 1 ano de completar seu primeiro mandato.

Milk já foi brilhantemente interpretado no cinema por Sean Penn e terá sua vida contada teatro. Em “Eu não sou Harvey – O desafio das cabeças trocadas” , o ativista é interpretado por Ed Moraes, que celebra 20 anos de carreira com a montagem, a primeira trazida ao Rio de Janeiro pela Cia dos Inquietos. O solo, escrito por Michelle Ferreira, estreia nesta sexta (08), no Teatro Café Pequeno, no Leblon, Zona Sul da cidade, onde fica até o dia 31 do mesmo mês.

A montagem não narra a vida de Milk de forma cronológica, mas elenca fatos marcantes da sua biografia estabelecendo um elo com o Brasil. Sim, o Brasil, país onde milhares de homossexuais são mortos todos os dias. Estabelecer essa ponte entre esses dois tempos foi uma premissa seguida por Moraes no propósito de levar o tema à cena.

– Decidi falar do primeiro político assumidamente gay dos EUA, que com apenas 11 meses de mandato foi brutalmente assassinado. Não preciso nem dizer que essa era a ponte que ligava São Francisco (Califórnia) de 1970 ao Brasil atual e seu ranking mundial de assassinato à comunidade LGBTQIA+  – explica ele.

O ator Ed Moraes como Harvey Milk

Posts recentes

Palco em páginas

Isabel Fillardis estreia como escritora com o lançamento da sua autobiografia

Um doce para o olhar

Exposição do fotógrafo Slim Aarons chega a São Paulo com imagens de momentos da vida da alta sociedade dos anos 1960 e 1970

Despedida difícil

Morre Mario Sérgio Celidônio, filho do aclamado chef José Hugo Celidônio