‘Coragem é agir com o coração’

fevereiro 7, 2025

Lan Lanh e Nanda Costa falam das transformações trazidas pela maternidade, antecipam projetos no cinema e na música e garantem que a família já está completa

Coragem é algo almejado por muitos e demonstrado por poucos. Num país onde muitos preconceitos imperam, coragem é imprescindível a quem quer fazer valer seus direitos básicos. É o caso da atriz Nanda Costa e da percussionista Lan Lanh, talentos nas áreas em que atuam. Apresentadas pela cantriz Emanuelle Araújo, as duas estão juntas há 11 anos e, em 2021, toraram-se mães das gêmeas Kim e Tiê, ambas já com 3 anos. A experiência da maternidade transformou a rotina do casal e suscitou também novos e belos projetos. Um deles é o “Uki Kirê Ké”, surgido a partir de músicas de Lan encontradas por Nanda quando arrumavam o estúdio da instrumentista. Com as meninas mais crescidas, outros projetos vão sendo conciliados com a rotina  familiar, sem nunca desviarem o foco das pequenas. “Elas são nossa prioridade”, explica Lan Lanh nesta entrevista concedida juntamente com Nanda ao NEW MAG, realizada de forma presencial. A seguir, elas  comentam as transformações trazidas pela maternidade, como se protegem do preconceito, antecipam projetos no cinema e na música e falam que a família está completa: “Já somos uma multidão”.

por Bianca Portugal

Novo projeto e juntas. Como surgiu o Uki Kirê Ké?

Nanda: Sim, mais um! O Uki Kirê Ké surgiu do desejo de transformar várias músicas que Lan compôs e gravou há 25 anos. Encontramos esse disco por acaso em um “bota fora” no estúdio dela, quando ainda estava grávida. Eu amei tanto as músicas que queria vê-las além de ouvi-las. Ligamos para o Orlando Ávila Kilesse, que, assim como eu, amou as canções, e começamos a dar vida a cada uma delas, criando personagens e construindo os clipes. Orlando desenvolve o designer dos personagens, além da animação primorosa e original, misturando técnicas como paper cut, stop motion e 3d.

Desta vez, um projeto voltado para as crianças. Quando descobriram que queriam ter filhos? Quem teve esse desejo primeiro?

Nanda: A vontade de ser mãe veio depois de conhecer a Lan. Já estávamos juntas há pelo menos quatro anos quando veio esse desejo.

Lan: Sempre quis, mas foi vivendo a vida até que nos encontramos, casamos e veio a vontade de aumentar a nossa família. O encontro que tive com a Nanda foi mágico, eu sempre tive o desejo e a esperança que fosse durar. Felizmente a admiração, a sintonia e principalmente o equilíbrio da nossa parceria nos transportaram  a um lugar  de merecimento e bênção, e o nosso desejo, sonho de ser mãe, foi ecoando no universo e daí chegaram essas joias nas nossas vidas, Kim e Tiê!

Que tipo de mães vocês acham que são, mais permissivas ou mais autoritárias? Quem cede mais e quem exige mais?

Nanda: Nos equilibramos superbem. Somos mães mais democráticas. Criança precisa de amor, rotina e limites. Juntas, elas nos transformam e nos ensinam muito diariamente. Conseguimos dar a elas o fundamental.

Lan: Exatamente o fundamental: amor, respeito e uma rotina cheia de alegrias, esporte, educação… Elas são as nossas prioridades na vida agora, e a gente ama tudo isso.

Vocês já planejam mais filhos?

Nanda: Já somos uma multidão (risos)

É fato que ainda existem preconceitos com relações homoafetivas. Têm medo das meninas sofrerem preconceito por terem duas mães? Caso sim, como pensam em lidar?

Lan: Elas já nasceram filhas de duas mães e estamos avançando pra naturalizar isso cada vez mais. Já avançamos um pouco na nossa sociedade, mas claro que fortalecemos a nossa família para enfrentar esses preconceitos com coragem:, e coragem é agir com o coração! Vamos seguir sempre em frente nos inspirando naquela frase de Clarice Lispector, que diz: “depois do medo, vem o mundo”.

Vocês começaram o relacionamento há 11 anos. Vai ter uma comemoração especial?

Nanda: Completamos 11 anos em janeiro. Casamos no civil, nossas filhas completaram 3 anos e  já foram batizadas, mas até hoje não conseguimos fazer a tal festa de casamento. Acho que agora morando na Bahia a festa pode acontecer.

 Com duas meninas, conseguem ter tempo para vocês?

Nanda: Agora que elas estão maiores e já frequentam a escola, temos mais tempo, sobretudo porque temos a família da Lan aqui, que nos dá todo suporte.

Novos projetos?

Nanda: Eu tô num momento especial para mim,  explorando novas funções no audiovisual, me experimentando na direção, coprodução. Uki Kirê Ké tem meu foco absoluto nesse momento, mas tenho dois projetos no cinema, um em cena e um por trás das câmeras, que ainda não posso contar muita coisa!

Lan Lanh: Além de cuidar da parte musical do nosso projeto infantil, tenho desbravado os mares da música afro-brasileira com o violinista Mário Soares. O nosso encontro e repertório ratificam essa abertura para vários espectros da música, tirando o violino do lugar exclusivamente erudito e trazendo a percussão para um diálogo paradoxalmente harmônico. Ritmo no violino e harmonia no batuque, nesse show que costumo dizer que é uma orquestra de nós dois. E o show “Obá Caymmi”, que nasceu de um encontro com o violonista João Camarero, que aconteceu no palco de Maria Bethânia. Fizemos parte da banda do show “Fevereiros” e, entre um espetáculo e outro, bastidores e camarins, a construção foi acontecendo. O repertório explora o universo de uma paixão musical que temos em comum, Dorival Caymmi, além de outras afinidades que compartilhamos.

Crédito da imagem: Reprodução instagram

 

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