A quatro meses do maior evento futebolístico do planeta, a Copa do Mundo do Qatar já está dando muito o que falar. Principalmente quando o assunto é preservação dos direitos humanos de jogadores e torcedores homossexuais que irão ao pequeno país do Oriente Médio para participar do evento. A questão é que o Qatar considera a homossexualidade um crime que pode ser punido com até 7 anos de prisão.
Desde que foi escolhido para sediar o evento, o Qatar vem recebendo sérias críticas de autoridades, artistas e personalidades de todo o mundo, que questionam a postura do país e a escolha da Federação Internacional de Futebol Associado, a FIFA.
– Considero que um país que fere os Direitos Universais da Dignidade da Pessoa Humana não deveria ser escolhido para sediar uma competição que se propõe a receber e unir pelo esporte diversos países e diversas culturas – declarou Carlos Tufvesson, coordenador executivo da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio de Janeiro, em conversa com o NEW MAG. Ele ainda argumenta: – Se a Copa pretende ser inclusiva, ainda mais diante de tantos casos de LGBTfboia e racismo que temos lamentavelmente assistido pelo mundo, onde fica o respeito à cultura e à identidade de todos os atletas e torcedores que irão a Copa?
O país declarou que pessoas de qualquer orientação sexual são bem-vindas para participar do Mundial, mas, na prática, o que se vê é outra coisa. Fingindo ser casais gays, jornalistas da Dinamarca, Suécia e Noruega tentaram fazer reservas nos hotéis do país indicados pela FIFA, mas suas solicitações foram negadas.
Outra personalidade a empunhar a bandeira contra a discriminação sexual é o deputado federal David Miranda, que ocupou a cadeira no Congresso deixada pelo ex-deputado Jean Wyllys, que saiu do país após receber sérias ameaças por sua atuação na luta contra a homofobia.
– É lamentável que, em pleno século XXI, ainda existam países onde ser homossexual é crime. E é inadmissível também que jornalistas ou turistas que estão chegando ao país, para participar de uma Copa do Mundo, sofram qualquer tipo de preconceito – disse Miranda, defendendo que o problema é de todos nós: – O mundo precisa entender que todos merecemos respeito.